Uefa lidera reação a Superliga; governo britânico promete intervir
Por Simon Evans
MANCHESTER, Inglaterra (Reuters) - A Uefa, entidade que governa o futebol europeu, liderou uma reação contrária aos planos de criação de uma Superliga dissidente nesta segunda-feira, dizendo que jogadores e clubes associados serão banidos de suas competições – inclusive três dos semifinalistas da temporada atual da Liga dos Campeões.
Discursando em uma reunião de emergência um dia depois de 12 dos maiores times da Europa anunciarem a nova liga, o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, descreveu o plano da Superliga como uma "cusparada na cara" de todos os amantes do futebol.
"Assim que possível, eles (clubes) e os jogadores têm quer ser banidos de todas as nossas competições", acrescentou.
Três dos 12 times da nova liga, Real Madrid, Manchester City e Chelsea, podem ser expulsos das semifinais da Liga dos Campeões nesta temporada, disse Jesper Moller, membro do comitê executivo da Uefa, à emissora dinamarquesa DR.
"Os clubes precisam ir embora, e acredito que isto acontecerá na sexta-feira. Depois temos que descobrir como encerrar o torneio da Liga dos Campeões (desta temporada)", disse Moller, que comanda a Federação Dinamarquesa de Futebol.
Os clubes da Superliga – seis da liga inglesa, três da espanhola e três da italiana – terão vagas garantidas na nova competição, um contraste com a Liga dos Campeões, que exige que os times se classifiquem através de seus campeonatos nacionais.
O banco de investimento norte-americano JP Morgan está financiando a nova liga com uma concessão equivalente a 4,2 bilhões de dólares para os times fundadores gastarem com infraestrutura e recuperação do impacto da pandemia de Covid-19.
O Reino Unido fará todo o possível para inviabilizar a liga, e está examinando opções para penalizar as seis equipes inglesas que se filiaram, disse seu ministro dos Esportes, Oliver Dowden, nesta segunda-feira.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, não demorou para objetar aos planos no domingo, e Dowden disse que o governo tentará impedir o projeto se as autoridades do futebol não o fizerem.
Ceferin disse que a Super Liga se choca com o cerne da pirâmide do futebol europeu, na qual todos os times podem sonhar em disputar a Liga dos Campeões.
Em janeiro, a Fifa anunciou que não reconheceria nenhuma liga dissidente e que os jogadores que participarem dela poderiam se banidos da Copa do Mundo.
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