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Jogadora espanhola diz que foi ameaçada de morte por se recusar a homenagear Maradona

30/11/2020 12h35

Por Joseph Walker

MADRI (Reuters) - A jogadora de futebol espanhol Paula Dapena disse nesta segunda-feira que recebeu ameaças de morte por se recusar a observar um minuto de silêncio por Diego Maradona, em protesto contra a violência doméstica.

A meia-campista do Viajes Interrias FF se sentou e virou de costas enquanto as colegas de time e as adversárias do Deportivo Abanca prestavam homenagem ao astro argentino no sábado, três dias após a morte de Maradona.

A jogadora de 24 anos disse em um programa de rádio que não se arrepende e o faria novamente.

"Não estou disposta a oferecer um minuto de silêncio a um agressor doméstico, e não às vítimas", disse.

Maradona enfrentou acusações de violência doméstica depois de ser flagrado em vídeo discutindo com a namorada e aparentando agredi-la em 2014.

Ele negou as acusações, dizendo: "Peguei o telefone, mas juro por Deus que nunca bati em uma mulher". Ele não foi indiciado.

Dapena disse que recebeu muitas manifestações de apoio, "mas também recebi ameaças de morte, assim como algumas de minhas colegas de time".

"Estávamos oferecendo um minuto de silêncio a alguém que cometeu violência doméstica", argumentou.

"Para mim, é algo que meus ideais feministas não permitem: uma homenagem a Maradona... para mim, ele foi um jogador incrível, mas como pessoa ele deixou muito a desejar".

Maradona morreu na quarta-feira, o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.