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América Latina respira aliviada após decisão de adiar Jogos de Tóquio

Lema da Olimpíada de Tóquio-2020 será Unidos pela Emoção - Xinhua/Du Xiaoyi
Lema da Olimpíada de Tóquio-2020 será Unidos pela Emoção Imagem: Xinhua/Du Xiaoyi

24/03/2020 16h07

Os Jogos Olímpicos de Tóquio foram adiados para 2021 nesta terça-feira, na primeira vez que isso ocorre em 124 anos, devido à crise do coronavírus, uma decisão comemorada por chefes dos comitês olímpicos nos países da América Latina.

Aqui estão algumas reações da região sobre a decisão, que representou um alívio para muitos atletas que continuavam treinando em meio à incerteza sobre a propagação do vírus que causou mais de 16.500 mortes em todo o mundo.

Paulo Wanderley, presidente do Comitê Olímpico do Brasil:

"Esportivamente foi a decisão mais correta, mas o impacto financeiro será muito grande e vamos trabalhar para minimizar isso".

"Funcionamos como uma empresa. Vamos tentar cortar custos, gastos e reduzir no que for possível sem prejudicar o resultado final".

Baltazar Medina, presidente do Comitê Olímpico Colombiano (COC):

"Particularmente não estou surpreso com a notícia, estava esperando isso. Parece-me que é uma decisão muito responsável tanto do Comitê Olímpico Internacional quanto do governo do Japão e dos organizadores dos Jogos, porque não faria sentido manter uma data ameaçando as condições de saúde de atletas apenas pelo interesse de cumprir alguns compromissos comerciais".

"É uma notícia lamentável, porque muitas ilusões são frustradas de alguma forma para aqueles que já tinham seu lugar nos Jogos Olímpicos, mas é adiar um sonho, e para os atletas que não conseguiram terminar seu processo de classificação é a oportunidade para que seus eventos sejam remarcados".

Javier Sotomayor campeão olímpico cubano de salto em altura:

"Para mim, é a decisão mais correta do Comitê Olímpico e das autoridades do Japão. É melhor adiar do que uma suspensão ou cancelamento dos Jogos Olímpicos. Humanamente, é a melhor coisa, porque com esta pandemia os atletas estão em constante estresse e eles não poderiam se concentrar bem em sua preparação. É uma decisão responsável".

Ana Guevara, ex-velocista mexicana, medalhista de prata nos 400m em Atenas 2004 e atual diretora da Comissão Nacional de Cultura Física e Esporte (Conade):

"O mais importante sempre é a saúde e faremos o necessário para manter a equipe mexicana em condições físicas e psicológicas, sempre unidos pelo bem comum".

Miguel Ángel Mujica, presidente do Comitê Olímpico do Chile:

"O mais aconselhável era adiar os Jogos Olímpicos porque realmente era muito difícil ocorrer a partir de 24 de julho. Os atletas não estão treinando, os não classificados não tiveram a oportunidade de disputar as qualificações e, portanto, era muito, muito complicado. Era o mais sensato. Estamos calmos, felizes, porque nossos atletas terão tempo para treinar corretamente".

Camilo Pérez, presidente do Comitê Olímpico Paraguaio:

"Apoiamos 100% a gestão do presidente do COI e as decisões que o comitê está tomando. Vamos trabalhar e nos preparar com tudo para estar em Tóquio".

"Temos que ver quais são as novas regras de classificação porque temos alguns atletas que já classificaram e temos que ver se esses atletas devem passar por um processo de classificação novamente ou não".

Gerardo Werthein, presidente do Comitê Olímpico Argentino:

"As preocupações hoje são outras, todo o resto ficou em segundo plano. Já dissemos aos atletas que eles não treinariam por muito tempo. (Os Jogos Olímpicos) são 33 campeonatos mundiais juntos. Não estão dadas as condições para os atletas".

(Reportagem de Luis Jaime Acosta em Bogotá, Natalia Ramos Miranda em Santiago, Carlos Pacheco na Cidade do México, Daniela Desantis em Assunção, Nelson Acosta em Havana, Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro e Ramiro Scandolo em Buenos Aires)