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Futebol ajuda imigrantes a se sentirem em casa em São Petersburgo, uma das sedes da Copa do Mundo

04/06/2018 15h13

FUT-IMIGRANTES-RUSSIA:Futebol ajuda imigrantes a se sentirem em casa em São Petersburgo, uma das sedes da Copa do Mundo

SÃO PETERSBURGO, Rússia (Reuters) - Longe de seu Uzbequistão nativo, o imigrante Rustam Mustafakulov encontrou um segundo lar em São Petersburgo, cidade da Rússia que receberá partidas da Copa do Mundo, jogando futebol com outros imigrantes que vão do Mali ao Turcomenistão.

O limpador de vidraças de 34 anos joga no FC Maxima, um time de futebol amador criado especialmente para ajudar imigrantes a se assentarem na cidade do norte russo. Ele disse que a prática do esporte e a camaradagem o fortaleceram.

    "Estamos jogando juntos há muitos anos, todos nos tornamos amigos", contou Mustafakulov, que jogou futebol profissional em sua terra natal.

    O Maxima, que ainda tem jogadores do Egito, Camarões e Armênia, foi formado em 2007 em São Petersburgo, uma das 11 sedes russas da Copa do Mundo da Fifa, que começa neste mês.

    Mustafakulov diz que a vida na Rússia nem sempre foi fácil, e que alguns locais fizeram comentários sobre sua nacionalidade e o acusaram de pegar empregos que deveriam ser de russos.

    Bakhtiyar Yusupov, turcomeno que fundou e treina o clube, disse que o montou para fazer os jogadores "se sentirem em casa, independentemente de seu estrato social".

    "Eles são todos iguais no gramado", afirma.

    O Maxima participou do campeonato municipal de São Petersburgo, uma competição para jogadores de futebol amador, e ficou em quarto lugar em 2017.

    Alguns dos jogadores têm esperança de usar o time como uma plataforma de lançamento para subirem de divisão no futebol.

    Mohammed Hafez, que se mudou para a Rússia depois de conhecer sua hoje esposa Natalia em um resort litorâneo de seu Egito nativo, torce para ser descoberto por olheiros.

    O jovem de 27 anos sonha em seguir o exemplo de sucesso de Mohamed Salah, atacante egípcio do Liverpool.

    "Esse é meu sonho, jogar, e não desistirei, se Deus quiser eu o realizarei", disse Hafez.

    Na Rússia, os imigrantes muitas vezes trabalham como serviçais mal remunerados, e de acordo com grupos de direitos humanos são sujeitos a verificações de documentos frequentes da polícia e sofrem discriminação racial.

    As autoridades russas negam que os imigrantes são maltratados e dizem que as verificações de documentos são necessárias para a segurança nacional.       

    (Por Tom Balmforth)