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Proibição de viagens dos EUA deve reduzir à metade participação de estrangeiros na maratona da Coreia do Norte

26/03/2018 11h30

COREIADONORTE-MARATONA:Proibição de viagens dos EUA deve reduzir à metade participação de estrangeiros na maratona da Coreia do Norte

Por Josh Smith

SEUL (Reuters) - Descrita como a "maior atração do ano" na Coreia do Norte, a Maratona de Pyongyang do mês que vem deve ter metade dos participantes estrangeiros em relação ao ano passado devido às tensões políticas e a uma proibição a visitantes norte-americanos.

O turismo internacional diminuiu na Coreia do Norte em 2017, quando as tensões se elevaram em reação ao desenvolvimento e aos testes de armas nucleares e de mísseis balísticos intercontinentais do país, que desafiou resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os Estados Unidos proibiram seus cidadãos de visitarem o país recluso em julho do ano passado, mês seguinte à morte do universitário norte-americano Otto Warmbier, pouco após ser solto depois de passar 17 meses detido na Coreia do Norte.

"O turismo chegou perto do colapso, havia muito menos turistas", disse Simon Cockerell, gerente-geral da Koryo Tours, observando que o mercado é pequeno e muito suscetível a mudanças.

Os números do turismo vêm melhorando lentamente graças ao apaziguamento visto nos últimos meses, causado pela retomada das conversas intercoreanas e a iniciativa de uma cúpula entre Pyongyang e Washington, mas isso não se traduziu em um grande comparecimento ao maior evento turístico do ano, disseram agências de viagem.

"Nossos números de turistas em grupos agendados para a Coreia do Norte vêm crescendo continuamente. Entretanto, a quantidade de participantes da Maratona de Pyongyang deste ano diminuiu consideravelmente", disse Rowan Beard, gerente da Young Pioneer Tours, observando que uma das principais razões da redução é a ausência de norte-americanos.

"A maioria dos corredores que nos procuravam antes era de norte-americanos", explicou, descrevendo a competição como a "maior atração" do ano passado. "Eles estavam realmente interessados em vir a Pyongyang, competir contra os locais e conhecer o país que viam constantemente no noticiário em casa".

O ano de 2017 testemunhou um número anormalmente grande de corredores estrangeiros --cerca de 1 mil participaram--, mas neste ano eles devem se cerca de 500, segundo Cockerell.

"A maratona, o maior evento a atrair turistas no momento, está com menos da metade do tamanho que teve no ano passado".

O veto dos EUA continua em vigor, exceção feita para algumas categorias de agentes humanitários e jornalistas.