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Pilotos da F1 expressam desconfiança em proposta de "escudo" no cockpit

27/04/2017 18h56

Por Alan Baldwin

SOCHI, Rússia (Reuters) - Os planos da Fórmula 1 de introduzir um “escudo” transparente no cockpit do piloto podem tornar a corrida mais perigosa em condições chuvosas, disse nesta quinta-feira o piloto dinamarquês Kevin Magnussen.

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou nesta semana que está focando no conceito, e não no sistema “aréola” de proteção previamente testado.

A entidade informou que testes em pistas serão realizados em preparação para a implementação em 2018.

“Vimos algumas fotos. Não estou dentro”, disse Magnussen a repórteres antes do Grande Prêmio da Rússia, no domingo.

“Não penso que precisamos de algo assim. Acho que vai ser difícil, especialmente na chuva, com a tela. Mesmo sem a tela, na chuva é difícil ver qualquer coisa.”

“Tenho certeza que com ela, também, será impossível e mais perigoso”, acrescentou o ex-piloto de Renault e McLaren, que disse preferir continuar sem o sistema.

O dispositivo “aréola”, fixado em três pontos, incluindo um pilar central na frente do piloto que apoia uma volta protetora por cima da cabeça, foi extensamente testado na temporada passada, com reações mistas.

A proteção do cockpit é vista como área essencial após fatalidades em outras séries, nas quais pilotos foram atingidos por pneus ou objetos voadores.

Embora a FIA tenha informado em janeiro que o benefício da segurança foi estabelecido, algumas figuras de liderança na F1 expressaram desconfiança sobre mudanças dramáticas na aparência dos carros.

Os carros deste ano já foram criticados por algumas pessoas pelos estabilizadores em formato de tubarão e asas aerodinâmicas.

O mesmo encontro do Grupo de Estratégias da FIA que decidiu focar no conceito do escudo também concordou em mudanças às regras de 2018 para acabar com os estabilizadores.

“Parece melhor”, disse o piloto mexicano da Force India Sergio Pérez, sobre o escudo. “Provavelmente não está no nível da aréola em termos de segurança, mas há muitas melhorias que a FIA pensa poder serem feitas”.

O brasileiro Felipe Massa, que sofreu sérios ferimentos na cabeça em 2009 ao ser atingindo por uma mola durante as classificatórias do Grande Prêmio da Hungria, disse que a segurança precisa estar em primeiro lugar.