Fifa entrega relatório de corrupção de 1.300 páginas a autoridades da Suíça
Por Brian Homewood
ZURIQUE (Reuters) - A Fifa comunicou nesta sexta-feira que finalizou uma investigação interna de 22 meses sobre alegações de corrupção e conduta criminosa em seus altos escalões, que abalaram o futebol mundial, e que entregou o relatório às autoridades suíças.
"A Fifa irá voltar seu foco agora ao esporte, aos torcedores e aos jogadores em todo o mundo", disse o presidente da federação, Gianni Infantino, eleito no ano passado para substituir Joseph Blatter, que é alvo de um inquérito criminal na Suíça.
Em um comunicado, a Fifa disse que mais de 2,5 milhões de documentos foram analisados durante a investigação e que o relatório que compartilhou com as autoridades suíças tem 1.300 páginas e inclui mais de 20 mil páginas outras de "exposições", ou documentação.
A apuração começou depois que várias dezenas de dirigentes, a maioria da América Latina, foram indiciados nos Estados Unidos em 2015 devido a acusações relacionadas à corrupção, desencadeando a pior crise dos 113 anos de história da entidade.
Alguns dos suspeitos se declararam culpados e aguardam sentença, outros irão a julgamento e alguns estão em seus países de origem, onde contestam, ou evitam, a extradição.
A Fifa disse que o documento também será disponibilizado aos investigadores dos EUA.
Na Suíça, a procuradoria iniciou procedimentos criminais contra Blatter e o ex-secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, devido a suspeitas de delitos, como malversação criminosa.
"A Fifa está comprometida a conduzir uma investigação minuciosa e abrangente dos fatos para que possamos responsabilizar os infratores dentro do futebol e cooperar com as autoridades", afirmou Infantino no comunicado da Fifa.
Os procuradores suíços "irão continuar a perseguir aqueles que se enriqueceram e abusaram de suas posições de confiança no futebol", acrescentou.
O comunicado da Fifa não deu maiores detalhes e disse que, por os inquéritos criminais estarem em andamento, a entidade sediada em Zurique está "legalmente impedida de divulgar ou comentar as descobertas de sua investigação interna".
A Fifa ainda informou que as autoridades do país reconheceram sua "cooperação próxima e consistente".
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