Topo

Vasco

Vasco repudia acusação de racismo da Ponte e alega que foi 'latido' a Yuri

Vasco alega que torcida "latiu" para volante Yuri Lara, e que técnico da Ponte Preta confundiu com ato racista - Daniel Ramalho / Vasco
Vasco alega que torcida 'latiu' para volante Yuri Lara, e que técnico da Ponte Preta confundiu com ato racista Imagem: Daniel Ramalho / Vasco

Esporte News Mundo (redacao@esportenewsmundo.com.br)

28/04/2022 11h47

Em nota oficial na manhã desta quinta-feira (28), o Vasco repudiou as acusações de racismo vindas por parte de profissionais da Ponte Preta, que acusaram a torcida cruz-maltina de ter entoado cânticos racistas aos jogadores da equipe de Campinas (SP). Na nota, o Vasco afirma que o som entoado, "ruf, ruf, ruf", foi em homenagem a Yuri Lara, considerado um "pitbull" pela torcida. Houve um ruído de comunicação que fez com que Hélio dos Anjos e o atleta Ramon acusassem a torcida de racismo. Na súmula, o árbitro relatou o ocorrido dizendo não ter visto racismo no caso.

"Aos 39 minutos do segundo tempo, com o jogo paralisado, o atleta de número 40, senhor Ramon Rodrigo de Carvalho, e o técnico, senhor Hélio Cézar Pinto dos Anjos, ambos da equipe A.A. Ponte Preta, informaram ao árbitro que ouviu sons de macacos vindos da torcida do Vasco da Gama. Esses sons não foram ouvidos pela equipe de arbitragem e nem pelo delegado da partida"

Na nota oficial, o Vasco destacou sua história voltada ao combate de todo e qualquer racismo e preconceito no futebol e na sociedade.

"Nossa luta não começou agora, mas sim em 07 de abril de 1924, quando escrevemos a "Resposta Histórica", o maior símbolo da luta contra o racismo no futebol brasileiro. O Vasco da Gama se orgulha de ser um pioneiro nesta luta e um ativo defensor de seus ideais, que não esmoreceram com o passar dos anos. E o estádio de São Januário sintetiza a maior da luta do Vasco da Gama contra a chaga do racismo. Foi construído pelos vascaínos como resposta às elites da época que resistiam a inclusão de pretos, operários e imigrantes pobres no futebol".

Torcedores do Vasco chateados com o caso lembraram nas redes de uma declaração de homofobia de Hélio dos Anjos em 2009, então pelo Goiás, quando disse que "não trabalhava com homossexuais". À época, o treinador pediu desculpas logo após a gafe.

Veja a íntegra da nota oficial do Vasco:

"Fomos surpreendidos na noite da última quarta-feira (27/04) em São Januário com uma absurda acusação de racismo direcionada a torcida do Vasco vinda de alguns profissionais da A. A. Ponte Preta. Algo sem fundamento algum e que se baseou equivocadamente num canto criado pela torcida do Vasco utilizado para homenagear o volante Yuri Lara, algo já feito, por exemplo, por outras torcidas e em outras praças esportivas.

Ao se fazer uma acusação de racismo, crime gravíssimo, além de se ter certeza do que está sendo dito, é imprescindível se conhecer o histórico dessa luta no país. E não há como falar do combate ao racismo no futebol brasileiro sem que o Vasco da Gama seja o principal protagonista.

Nossa luta não começou agora, mas sim em 07 de abril de 1924, quando escrevemos a "Resposta Histórica", o maior símbolo da luta contra o racismo no futebol brasileiro. O Vasco da Gama se orgulha de ser um pioneiro nesta luta e um ativo defensor de seus ideais, que não esmoreceram com o passar dos anos. E o estádio de São Januário sintetiza a maior da luta do Vasco da Gama contra a chaga do racismo. Foi construído pelos vascaínos como resposta às elites da época que resistiam a inclusão de pretos, operários e imigrantes pobres no futebol.

Portanto, como não poderia ser diferente, condenamos a atitude e lamentamos que uma pauta tão séria seja utilizada da forma que foi.

São Januário é a casa do legítimo clube do povo e fazemos questão de que continue sendo assim".

Vasco