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Canadá anuncia boicote diplomático aos Jogos de Inverno de Pequim

08/12/2021 20h06

Toronto (Canadá), 8 dez (EFE).- O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou nesta quarta-feira que o país se unirá ao boicote diplomático aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos que acontecerão no ano que vem, em Pequim, na China, devido as "repetidas violações de direitos humanos" no país asiático.

O chefe de governo garantiu, contudo, que assim como no caso de outros países que adotaram medida semelhante, como os Estados Unidos, os atletas canadenses participarão normalmente das competições dos eventos poliesportivos.

Os governos de Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido também anunciaram nos últimos dias que não enviarão representantes oficiais aos Jogos de Inverno.

Hoje, Trudeau minimizou as possíveis represálias que possam ser adotadas pela China contra o Canadá, ao afirmar que o anúncio "não é uma surpresa" para as autoridades do país asiático.

O premiê afirmou que o país que lidera tem sido "muito claro" há anos sobre as preocupações pelas violações de direitos humanos na China.

Em dezembro de 2019, o Canadá deteve Meng Waznhou, a diretora financeira da companhia de telecomunicações Huawei, o que foi retaliado com a prisão de dois cidadãos canadenses no território chinês, Michael Kovrig e Michael Spavor.

Desde então, as relações entre Ottawa e Pequim passam por grave crise que não foi solucionada, apesar da libertação dos três detidos.

Nesta segunda-feira, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, foi a responsável por informar que o governo americano não enviará nenhuma representação diplomática ou oficial aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Inverno de Pequim 2022.

A decisão é atribuída "ao genocídio e aos crimes contra a humanidade que persistem em Xinjiang, assim como outras violações dos direitos humanos" na China.

Ontem, o governo do país asiático se manifestou em tom de ameaça sobre o boicote americano aos Jogos.

"Os Estados Unidos pagarão um preço pelo gesto equivocado", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, que ainda anunciou que será apresentado um protesto formal contra Washington. EFE