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EUA confirmam boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim

06/12/2021 22h26

Washington, 6 dez (EFE).- Os Estados Unidos confirmaram nesta segunda-feira que não enviarão nenhum representante diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 2022, em protesto contra os abusos aos direitos humanos no país asiático, mas os atletas americanos estão confirmados no evento.

"O governo (do presidente Joe) Biden não enviará nenhuma representação diplomática ou oficial aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Inverno de Pequim 2022", anunciou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, à imprensa.

Psaki atribuiu a decisão "ao genocídio e aos crimes contra a humanidade que persistem em Xinjiang, assim como outras violações dos direitos humanos" na China.

"Os atletas da equipe dos EUA têm o nosso total apoio, e nós vamos apoiá-los de casa, mas não vamos contribuir para a fanfarra dos Jogos", disse a porta-voz de Biden.

De acordo com Psaki, o boicote diplomático, que já tinha sido antecipado por vários jornais americanos, visa "enviar um sinal claro" de que a situação dos direitos humanos na China, onde há "abusos graves", não pode ser tratada como "algo normal".

Ao mesmo tempo, a Casa Branca decidiu não proibir a participação dos atletas americanos, o que teria significado um boicote completo aos Jogos, porque não quer "penalizar" atletas que estão treinando há meses ou anos para se prepararem para os Jogos Olímpicos.

O governo chinês já indicou na semana passada que não pretendia convidar políticos americanos para os Jogos de Inverno, embora o Comitê Olímpico Internacional tenha a última palavra sobre essa possibilidade.

A decisão de Biden é menos drástica do que a tomada em 1980 pelo então presidente Jimmy Carter (1977-1981), que anunciou um boicote completo aos Jogos Olímpicos de Verão de Moscou em resposta à invasão soviética do Afeganistão. Com a medida, os atletas americanos não puderam disputar as competições.

O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, lembrou que este boicote não é o único passo que os EUA darão em resposta à situação na China.

"Quando os EUA falam, quando entram em ação, o mundo escuta", frisou Price, ao ressaltar que este tipo de boicote é uma decisão soberana que cada país pode tomar. Segundo ele, os EUA esperam que outros sigam o exemplo e tomem a mesma decisão nos próximos dias.

Price separou este boicote do serviço habitual que a representação diplomática dos EUA na China dará aos atletas americanos que comparecerem aos Jogos. EFE