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Após receber asilo humanitário, atleta bielorrussa embarca rumo à Polônia

04/08/2021 03h16

Tóquio, 4 ago (EFE).- A atleta Krystsina Tsimanouskaya, que se recusou a ser levada à força por integrantes da delegação de Belarus de volta ao país depois de reclamar de uma decisão de seus técnicos nos Jogos Olímpicos de Tóquio e se refugiar na Embaixada da Polônia no Japão, embarcou nesta quarta-feira rumo ao país europeu, que lhe ofereceu asilo humanitário.

Tsimanouskaya procurou proteção da polícia no aeroporto de Haneda, em Tóquio, na segunda-feira, quando, segundo seu relato, o comitê bielorrusso tentou embarcá-la à força ao país natal, algo que ela descreveu como um "sequestro", e desde então se refugiou na embaixada polonesa.

O país da Europa Central, que apoia os refugiados políticos bielorrussos e a oposição democrática ao regime de Alexander Lukashenko, foi o primeiro a se oferecer para receber a atleta. Já o Comitê Olímpico Internacional (COI) abriu uma investigação sobre o caso.

O atleta deixou a embaixada polonesa na manhã desta quarta e foi para o aeroporto de Narita, em Tóquio, para pegar um voo para a Polônia, de acordo com a imprensa japonesa.

No início do dia, o embaixador da Polônia no Japão, Pawel Milewski, anunciou que Tsimanouskaya estava "bem" e "grata" pela ajuda que recebeu, além de estar se preparando para a viagem.

A atleta, que se distinguiu por apoiar protestos contra o regime de Lukashenko e estar em contato com dissidentes democráticos em seu país, temeu represálias ao retornar a Belarus, como ela explicou em vídeos e mensagens postadas nas mídias sociais.

A velocista de 24 anos iria disputar os 200m na última segunda-feira, mas na quinta-feira passada, depois de reclamar de ter sido forçada por seus técnicos a competir no revezamento 4x400m em cima da hora, foi acusada na TV estatal bielorrussa de falta de "espírito de equipe" e de perder seu "equilíbrio psicológico e emocional".

A atleta apresentou na segunda-feira um pedido urgente de medida cautelar à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para anular a decisão de sua comissão de não deixá-la participar das eliminatórias dos 200m, mas ele foi indeferido por "falta de provas".