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Venezuela acusa Acnur de "usar ideologicamente" caso de boxeador refugiado

28/07/2021 03h55

Caracas, 27 jul (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, acusou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) de "usar ideologicamente" o caso do boxeador venezuelano Eldric Sella - que não pode retornar como refugiado a Trinidad e Tobago, onde vive, depois de participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio - para prejudicar a imagem do país sul-americano.

O pai do boxeador, Edward Sella, declarou ao canal online "VPI" que o Acnur está procurando um país para receber seu filho, porque Trinidad e Tobago, onde ele mora desde 2018, se recusa a conceder a Eldric um visto depois de seu passaporte ter expirado.

"O governo de Trinidad e Tobago diz não ter um documento válido para lhe conceder um visto", declarou Edward.

A respeito do caso, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela afirmou que o boxeador não é um refugiado, e sim um migrante, e que ninguém o persegue.

"Ele pode voltar para casa sempre que quiser. Ele migrou para Trinidad e não pôde receber um status ao qual não se aplica. O Acnur o usou ideologicamente contra a Venezuela", denunciou Arreaza, que também acusou a agência da ONU de agir por interesses políticos e "sem rigor".

Eldric Sella, de 24 anos, é um dos 29 atletas que participaram dos Jogos Olímpicos de Tóquio na equipe de refugiados. Ele foi derrotado nesta segunda-feira pelo dominicano Euri Cedeño em sua estreia no peso médio. O venezuelano chegou ao Japão graças aos esforços do Acnur, do Comitê Olímpico Internacional e à concessão de um visto americano.