Topo

México teme perder Copa de 2026 devido manifestações homofóbicas da torcida

19/06/2021 03h02

Cidade do México, 18 jun (EFE).- O presidente da Federação Mexicana de Futebol (FMF), Yon de Luisa, advertiu nesta sexta-feira que se os torcedores locais continuarem com gritos homofóbicos nos estádios, o México não poderá mais sediar a Copa do Mundo de 2026, em conjunto com Canadá e Estados Unidos.

"Existe o risco (de perder o local) para a Copa do Mundo de 2026 se isso não acabar agora. Como é possível que queiramos receber uma Copa do Mundo se vamos ter estádios vazios? Isso deve terminar agora mesmo", exigiu o dirigente mexicano em entrevista coletiva.

A Fifa anunciou que o México jogará suas próximas duas partidas oficiais em casa com os portões fechados, porque no torneio pré-olímpico da Concacaf, realizado no mês de março, em Guadalajara, os torcedores mexicanos expressaram gritos homofóbicos nas partidas contra a República Dominicana e os EUA.

Além disso, a Fifa impôs uma multa de US$ 65 mil ao México e disse à FMF que está investigando o comportamento dos torcedores no amistoso contra a Islândia, ocorrido no dia 29 de maio em Arlington, Texas.

Desde a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, a Fifa vem tentando erradicar os gritos homofóbicos com várias multas para a FMF.

No entanto, o veto aos jogos em casa do México significa aumentar a escala de sanções que podem continuar com a perda de partidas, expulsão de competições internacionais e até mesmo que o país perca o direito de ser uma das sedes da Copa de 2026.

"Este é um momento crucial para a seleção nacional, se não pararmos agora, o efeito sobre a indústria do futebol no México pode ser devastador", acrescentou.

O argentino Gerardo 'Tata' Martino, técnico do México, estava preocupado com a possibilidade da equipe ficar de fora de alguma competição internacional, por isso pediu aos torcedores que refletissem sobre suas ações.

"Nossos torcedores são magníficos em nos apoiar. Peço que se concentrem exclusivamente no que é a seleção, nos nossos jogadores e no apoio que sentem quando o torcedor mexicano se refere ao seu time", disse ele.

Martino afirmou que os jogadores mexicanos melhoraram seu ânimo com a presença da torcida nos EUA, por isso lamentou que a seleção tenha que atuar novamente com as arquibancadas vazias.

"Estamos muito preocupados com as sanções que podemos sofrer e fundamentalmente porque não queremos fugir do nosso povo. Qualquer equipe que queira fazer coisas importantes depende dos seus jogadores, da sua equipe e do apoio dos seus torcedores, por isso eu convido as pessoas à reflexão", concluiu.