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Jornal do Vaticano se pronuncia contra Superliga europeia de futebol

Jogadores do Milan comemoram gol contra o Genoa em partida válida pelo Campeonato Italiano - Filippo MONTEFORTE / AFP
Jogadores do Milan comemoram gol contra o Genoa em partida válida pelo Campeonato Italiano Imagem: Filippo MONTEFORTE / AFP

20/04/2021 20h54

Cidade do Vaticano, 20 abr (EFE).- O jornal "Osservatore Romano", do Vaticano, manifestou-se contra a Superliga europeia, uma iniciativa de 12 clubes para criar um campeonato de futebol próprio e romper com a confederação continental, a Uefa, e pediu para que a influência do dinheiro no esporte seja diminuída.

"O dinheiro, muito dinheiro, muitas vezes acaba arruinando tudo, mesmo as coisas mais belas. Porque o dinheiro dá a possibilidade de comprar tudo ou quase tudo, é o oposto dos sonhos", começa o artigo, anunciado na primeira página do jornal do Papa.

Na mensagem, assinada por Gaetano Vallini, o Vaticano chama o projeto dos 12 clubes de "irrefletido" e destaca a capacidade do dinheiro de "arruinar tudo", inclusive o futebol. O texto ainda critica a iniciativa por excluir equipes mais modestas a troco de mais retornos financeiros.

"Mais do que um círculo exclusivo - com o melhor sempre junto com o melhor - o que acaba de ser apresentado parece ser um grupo exclusivo, já que o futebol, como esporte, deveria ter a inclusão como um de seus valores cardeais", lê-se no artigo, intitulado "Na Superliga dos ricos, só o esporte perde".

Barcelona, Real Madrid, Atlético de Madrid, Inter de Milão, Milan, Juventus, Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester United, Manchester City e Tottenham tentam uma "emancipação" para montar a própria liga, mas encontram forte resistência na Uefa, além da reprovação de alguns jogadores e torcedores.

"A esperança é que se possa encontrar uma maneira de parar esta tentativa irrefletida que, além de varrer a pouca credibilidade que ainda resta no mundo do futebol, ameaça causar danos incalculáveis a todo o setor, dado o suposto declínio do interesse nos campeonatos nacionais e copas europeias", afirma Vallini no texto.