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Minuto de silêncio no Maracanã homenageia Marcelo Sayão, fotógrafo da Efe

02/12/2020 02h00

Rio de Janeiro, 1 dez (EFE).- O estádio do Maracanã prestou nesta terça-feira, antes do duelo entre Flamengo e Racing, pela Taça Libertadores, um minuto de silêncio em homenagem ao fotógrafo Marcelo Sayão, da Agência Efe.

Uma das referências em fotojornalismo no Brasil e na América Latina, Sayão faleceu na última quinta-feira, aos 55 anos. Pai de três filhos e fervoroso flamenguista, ele chefiava a equipe de fotografia da delegação da Efe no Brasil desde 2003.

O minuto de silêncio no Maracanã também homenageou as vítimas da covid-19 e o astro argentino Diego Maradona, que morreu na última quarta-feira.

REFERÊNCIA EM FOTOJORNALISMO.

Profissional brilhante e com um olhar ímpar sobre os fatos a serem captados por suas lentes, Sayão fez nome internacionalmente ao ganhar o Prêmio Rei de Espanha de Jornalismo na categoria de fotografia em 2001, por uma imagem publicada na capa de O Globo em 21 de outubro de 2000 que mostra um policial militar que estava em um orelhão sendo acuado por moradoras do morro da Providência, uma delas ameaçando arremessar um tijolo em sua direção. O episódio aconteceu em um dia de protestos contra uma operação policial na comunidade.

A sensibilidade social e o compromisso com a informação verídica o levaram a realizar várias coberturas de alto risco, como a da ocupação do Complexo do Alemão por militares, em 2010.

Sayão rodou o mundo com suas câmeras registrando acontecimentos e trabalhou em várias coberturas esportivas de destaque, como as Copas do Mundo de 2006, na Alemanha, e 2014, no Brasil, e os Jogos Olímpicos de Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016.

Na América do Sul, ele cobriu, entre outros eventos, a posse de Evo Morales como presidente da Bolívia, em 2005, e várias edições da Copa América, de Jogos Pan-Americanos e Cúpulas Ibero-Americanas e do Mercosul.

Entre as últimas grandes coberturas que coordenou, destacam-se a ascensão ao poder de Jair Bolsonaro (2018), a tragédia de Brumadinho (2019), a Copa América de 2019, os incêndios na Amazônia naquele mesmo ano e a crise do coronavírus em 2020.

CARREIRA SÓLIDA.

Sayão nasceu em 11 de janeiro de 1965, no Rio de Janeiro, mas passou parte da juventude em Natal. A carreira como fotojornalista começou nos anos 80, ainda no Rio Grande do Norte, e inclui passagens por Diário de Natal, A Notícia, Última Hora, O Dia, Jornal do Brasil e O Globo, antes de chegar à Efe.

Na agência, montou o serviço de fotografia e o liderou com brilho, ao lado dos companheiros Antônio Lacerda, Fernando Bizerra, Sebastião Moreira e Joedson Alves, além de uma rede de colaboradores espalhada pelo Brasil, transformando o setor em um dos principais pilares da Efe no país.

Sua partida deixa um enorme vazio em sua família, seus amigos e colegas de profissão na Agência Efe e em diversos veículos de imprensa, dentro e fora do Brasil. EFE

cms/ass/id

(foto)