Árbitros boicotam Campeonato Albanês em protesto contra caso de violência
Tirana, 7 mar (EFE).- O Campeonato Albanês mergulhou no caos após a decisão da comissão de arbitragem do país de boicotar os próximos jogos em protesto contra a agressão sofrida pelo árbitro que apitou a partida entre Kamza e Laçi no domingo passado, que terminou empatada em 1 a 1.
"Comovidos pela extrema violência contra o árbitro Eldorian Hamiti em Kamza, tomamos a decisão de boicotar os jogos de futebol em nível nacional. Decidimos não colocar as nossas vidas em jogo", declarou a União dos Árbitros do Futebol Albanês em comunicado.
Os árbitros, que dizem se sentir "inseguros", relacionam a violência com o fracasso da lei que encarrega os próprios clubes de garantirem a segurança nos estádios em vez atribuir essa função à polícia, como ocorria antes.
"Retornaremos à arbitragem quando nos sentirmos seguros, quando a polícia voltar aos estádios e os autores da violência forem condenados", destacou a comissão.
A Federação Albanesa de Futebol expulsou na quarta-feira o Kamza do Campeonato Albanês, após dirigentes - incluindo o presidente - e torcedores do clube terem agredido o árbitro da partida disputada contra o Laçi.
Eldorian Hamiti apitou um pênalti nos acréscimos a favor do Laçi, que perdia a partida por 1 a 0. O gol de empate provocou a ira dos dirigentes e torcedores do Kamza, que invadiram o gramado e agrediram o árbitro com chutes e socos.
O prefeito da cidade de Kamza, Xhelal Mziu - principal patrocinador da equipe -, considerou a expulsão do clube do torneio "a mais escandalosa dos últimos 30 anos de democracia" e acusou a federação de "determinar quem ganhará o campeonato, quem participará das competições europeias e quem será rebaixado".
Na opinião de Mziu, a federação deveria punir o árbitro atacado por ter prorrogado a partida e apitar o pênalti "de forma injustificada".
Antes de ser expulso do Campeonato Albanês, o Kamza, time no qual joga o volante brasileiro Bruno Arrabal, ocupava a última posição da tabela.
Na Albânia são frequentes tanto a violência no campo como as acusações de manipulação de partidas. Em 2018, a Uefa excluiu o Skënderbeu, um dos maiores clubes do país, de todas as competições internacionais durante um período de dez anos por ter manipulado o resultado de mais de 50 partidas. EFE
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