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Ex-presidente do Barcelona deixará a prisão após quase 2 anos

27/02/2019 09h48

Madri, 27 fev (EFE).- O tribunal da Audiência Nacional que julga o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell por suposta lavagem de 20 milhões de euros da CBF decidiu nesta quarta-feira deixá-lo em liberdade após quase dois anos na prisão.

Antes da sessão de hoje do julgamento, foi comunicado que o tribunal decidiu pela liberdade provisória com medidas cautelares de Rosell e de seu sócio, o advogado andorrano Joan Besoli, ambos em prisão preventiva desde 25 de maio de 2017 pela mesma acusação, na qual a Promotoria pede para eles 11 e dez anos de prisão, respectivamente.

Em um auto, o tribunal explica que leva em conta e fato de ambos já terem prestado depoimento no julgamento, que "superaram os 21 meses de prisão preventiva" e o "caráter excepcional" desta medida, "principalmente estando muito próximo de se completar o prazo máximo legal de dois anos permitidos pela lei".

No entanto, Rossell e Besoli são obrigados a comparecer a todas as sessões do julgamento e fixar domicílio e telefone de contato, tiveram seus passaportes retirados e devem comparecer na primeira e na terceira segunda-feira de cada mês ao Juizado ou à Delegacia mais próxima ao seu domicílio e estar à disposição do tribunal sempre que forem chamados.

A Audiência Nacional afirma que a prisão preventiva, como medida cautelar, tem o objetivo de garantir a presença do acusado em seu julgamento.

O tribunal explica que "reexaminou" a situação pessoal de ambos e, "visto que já foram ouvidos em declaração", optou por conceder a liberdade solicitada "sem a necessidade de constituição de fiança".

De todo modo, o tribunal considera que, ao contrário do que foi alegado pela defesa, tal medida não afeta a presunção de inocência, já que a mesma só pode ser derrubada por uma sentença condenatória.

"Não tenho nada a esconder, sou inocente de tudo o que a Promotoria me acusa e posso pôr todo o meu patrimônio como garantia de que não vou fugir", disse Rosell no julgamento.

Neste processo, que contempla supostos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, também estão no banco dos réus a esposa do dirigente, Marta Pineda, seu amigo libanês Shahe Ohannessian e os supostos "laranjas" Pedro Andrés Ramos e Josep Colomer.

Rosell negou ontem ter ocultado o recebimento de comissões pela compra e venda de direitos audiovisuais de jogos da seleção brasileira e atribuiu a "erros e falsidades" a acusação da Promotoria, que calcula que o ex-presidente do Barcelona recebeu pelo menos 6,5 milhões de euros. EFE