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Presidente de comitê japonês nega ter sido acusado na França por "corrupção"

11/01/2019 09h42

Tóquio, 11 jan (EFE).- O presidente do Comitê Olímpico Japonês, Tsunekazu Takeda, negou nesta sexta-feira ter cometido irregularidades para favorecer a candidatura de Tóquio para sediar os Jogos Olímpicos de 2020 e desmentiu que tenha sido acusado na França por "corrupção ativa".

Takeda, considerado um dos artífices para que a capital japonesa vencesse em 2013 Madri e Istambul, reagiu assim à acusação pela justiça francesa devido à suposta compra de votos, que foi confirmada hoje à Agência Efe por fontes judiciais.

Em comunicado, o dirigente japonês desmentiu as notícias publicadas a respeito ao afirmar que "não foi acusado" e que "não recebeu nenhuma notificação" da justiça francesa.

Takeda admitiu que no mês passado "teve uma sessão interrogatória em Paris sobre as atividades para os Jogos de 2020" após ser convocado pelo juiz encarregado no caso.

"O Comitê de candidatura (de Tóquio 2020) pagou uma remuneração justa segundo um contrato de consultoria com a empresa Black Tidings, eu expliquei que nisso não há nenhum ato que suponha suborno", afirmou Takeda.

A justiça francesa investiga o pagamento, pouco antes do voto de Buenos Aires que deu a Tóquio os Jogos de 2020, de 1,8 milhões de euros à citada empresa, atrás da qual estava o senegalês Papa Massata Diack, filho do então presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack, segundo revelou o jornal "Le Monde".

Esse dinheiro, oficialmente para a elaboração de dois relatórios, pode ter sido usado para subornar membros africanos do COI através do influente Diack, que fez campanha então pela capital japonesa.

Takeda afirmou que "não conhece" Diack e que "não teve contato direto" com os representantes da empresa, e ressaltou que durante os interrogatórios "não apareceu nenhuma novidade sobre o caso", embora tenha evitado dar mais detalhes por conta da investigação em curso.

No comunicado, também afirmou que o caso "está causando preocupação no povo japonês, que mostrou o apoio para a realização dos Jogos em Tóquio", e manifestou a vontade de "seguir colaborando com a investigação para poder despejar estas dúvidas".

Takeda, atleta do hipismo e bisneto do imperador Meiji, preside o comitê japonês desde 2001, foi o principal responsável da candidatura de Tóquio 2020 e também ocupa atualmente a vice-presidência do comitê executivo da organização para as próximas olimpíadas.

Por sua vez, a governadora da Área Metropolitana de Tóquio, Yuriko Koike, expressou a "grande surpresa" diante das notícias sobre a acusação de Takeda, e afirmou que está tentando confirmar estes fatos e de ter mais detalhes a respeito. EFE