Federação de Ginástica dos EUA declara falência por escândalo de ex-médico
A Federação de Ginástica dos Estados Unidos (USAG, na sigla em inglês) declarou falência nesta quarta-feira (5) em meio ao escândalo envolvendo Larry Nassar, ex-médico da seleção nacional acusado de abusar sexualmente de uma grande quantidade de atletas.
A entidade, que enfrenta 100 processos de mais de 350 vítimas de assédio do ex-médico, explicou que tomou a decisão para acelerar o pagamento de indenizações às atletas que sofreram com o médico.
"Devemos às sobreviventes a resolução das reivindicações baseadas em atos horríveis do passado e, através deste processos, tratamos de acelerar essa resolução", afirmou a presidente da USAG, Kathryn Carson, à imprensa local.
Com esse objetivo, a entidade decidiu solicitar a proteção do capítulo 11 do Código de Falências dos EUA em um tribunal de Indianápolis. A ação permite que instituições com problemas financeiros criem um plano de reestruturação para pagar credores. A estimativa é de que, no total, seja distribuído cerca de US$ 500 milhões (R$ 1,9 bilhão, na cotação atual).
A declaração de falência também impedirá a revelação de novas descobertas ligadas à federação nos processos das vítimas de Nassar. A medida, além disso, pode fazer que o Comitê Olímpico dos EUA (USOC) desista de desmantelar a entidade.
Nassar já foi condenado por assédio sexual de mais de 350 adolescentes e mulheres e por pornografia infantil, totalizando mais de 200 anos de prisão. Em junho, ele também foi acusado no Texas por ter abusado de seis ex-pacientes em um local que foi utilizado pela seleção americana de ginástica na cidade de Huntsville.
Em maio, a Universidade Estadual de Michigan, onde Nassar trabalhava, fechou um acordo para pagar US$ 500 milhões a 332 vítimas do ex-médico.
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