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Técnico brasileiro da Argentina diz crer que pupilos irão à final de saltos

18/09/2018 22h46

Tryon (EUA), 18 set (EFE).- O brasileiro Vitor Alves Teixeira, um dos técnicos da delegação de hipismo da Argentina nos Jogos Equestres Mundiais disputados em Tryon (EUA), disse acreditar nas chances de seus comandados garantirem nesta quarta-feira uma das dez primeiras posições e, consequentemente, uma vaga na final da prova de saltos por equipes.

"É difícil, mas o objetivo é estar entre os dez primeiros", disse à Agência Efe o mineiro de Belo Horizonte, de 60 anos, enquanto acompanhava um treino dos pupilos no Centro Equestre Internacional de Tryon, no estado da Carolina do Norte (EUA).

Para chegar até aqui e sonhar em cumprir este objetivo, a equipe argentina teve que superar vários desafios, como o de entrosar o conjunto formado por Ramiro Quintana e seu cavalo, Rouge Pierreville, apenas dois meses antes da competição.

Matías Albarracín, que ficou em oitavo lugar na prova individual de saltos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, muito pouco competiu desde então.

E, para complicar o panorama, Cuatro Soles Principito, montaria de Maximiliano Turcumán, sofreu uma contusão em uma pata durante a viagem aos Estados Unidos e só saltará "em caso de necessidade", embora durante o treino de hoje não tenha dado sinais de que sinta dores - zerou o percurso.

Com a experiência de quem tem como saltador, pelo Brasil, três participações em Jogos Olímpicos (1984, 1988 e 1992) e duas em Mundiais (1982 e 1990), além de três medalhas de ouro por equipes e duas de bronze no individual em Jogos Pan-americanos, Vitor explicou que, apesar dos contratempos, "a Argentina pode surpreender".

Porém, se por equipes ele considera possível uma vaga na final marcada para quinta-feira, na competição individual "será uma tarefa mais difícil".

"Para se aproximar dos melhores do mundo, é preciso trabalho, disciplina, uma metodologia clara e investimento em cavalos", apontou.

Neste último aspecto, Vitor reconheceu que há margem de melhora e pediu uma "mudança de cultura" na Argentina, pois depois dos Jogos Pan-americanos de Toronto, em 2015, foram vendidos todos os cavalos, com exceção de Cannavaro, o que exigiu um recomeço.

"Agora temos seis conjuntos, e gostaria de que houvesse 10 ou 12. Há países que têm 60", lamentou.

Vitor, no entanto, ponderou que o cenário está começando a mudar, e os próprios cavaleiros argentinos estão "se sacrificando, ficando muito tempo longe das famílias", para diminuir a diferença para países como Estados Unidos e os europeus.