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Diego Costa e Pepe dão toque brasileiro a outras seleções na Copa

08/06/2018 21h08

Redação Central, 8 jun (EFE).- O zagueiro Pepe, por Portugal, e o atacante Diego Costa, que defende a Espanha, destacam-se entre jogadores brasileiros que disputarão a Copa do Mundo por outras seleções que não a comandada por Tite.

Nascido em Maceió, Pepe, de 35 anos, deixou o Corinthians de Alagoas rumo às categorias de base do Marítimo, de Portugal, e de lá se transferiu para o Porto. O defensor teve boas atuações com a camisa dos 'Dragões' e foi convocado pela primeira vez para a seleção lusitana em novembro de 2007.

Jogador do Real Madrid durante dez anos, Pepe atualmente está vinculado ao Besiktas, da Turquia, e disputará seu terceiro Mundial por Portugal, seleção pela qual tem no currículo o título da Eurocopa de 2016.

Já Diego Costa disputará uma Copa pela seleção espanhola pela segunda vez e terá a chance de se redimir do mau desempenho de quatro anos atrás, no Brasil, onde não marcou um gol sequer, o que contribuiu para que 'La Roja' fosse eliminada ainda na fase de grupos.

Um dos principais jogadores do Atlético de Madrid campeão da Liga Europa na tempora recém-encerrada, o atacante de 29 anos chegou a disputar dois amistosos pelo Brasil em 2013, contra Itália e Rússia, em ambos entrando no segundo tempo, mas acabou optando por servir a Espanha.

Outros dois convocados pela campeã mundial de 2010 poderiam disputar uma vaga na seleção brasileira caso, no passado, tivessem feito uma escolha diferente. O meia Thiago Alcântara, filho do ex-jogador Mazinho, tetracampeão mundial em 1994, tem três nacionalidades e priorizou a espanhola em detrimento da brasileira e da italiana. Já o atacante Rodrigo, filho de Adalberto, ex-lateral do Flamengo, nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criado na Europa.

A anfitriã Rússia contará com o lateral-direito Mario Fernandes, que chegou a ser convocado por Mano Menezes para o Brasil em 2011, mas recusou o chamado. Em 2012, se transferiu do Grêmio para o CSKA Moscou, passando a despertar o interesse dos dirigentes locais até ser chamado pela primeira vez em 2017.

Pela Polônia, um dos 23 convocados é Thiago Cionek, curitibano que trocou o CRB, de Alagoas, pelo Jagiellonia Bialystok em 2008 e atuou pelo time polonês até 2012, transferindo-se então para o futebol italiano. Hoje em dia, o defensor de 32 anos joga pela Spal.

Outros três jogadores que estarão na Copa poderiam atuar pela seleção pentacampeã por terem pai brasileiro, mas não têm história alguma com o país. São eles os irmãos mexicanos Jonathan e Giovani dos Santos e o meia costa-riquenho Celso Borges, filho do alagoano Alexandre Guimarães, que esteve nos Mundiais de 1990, como jogador, e de 2002, como técnico, nos dois casos pelos 'Ticos'.

Além do Brasil, outros países "perderam" jogadores que poderiam atuar por suas seleções.

Por Portugal, além de Pepe, jogará também o lateral-esquerdo Raphaël Guerreiro, filho de uma francesa e de um português. Nascido na França, ele recebeu ofertas para defender as duas seleções e escolheu a do pai. A escolha mostrou-se acertada dois anos atrás, na final da Euro, em que os lusitanos derrotaram os 'Bleus' no Stade de France.

A campeã mundial de 1998 conta com Samuel Umtiti, nascido em Yaoundé, capital de Camarões, e que aos dois anos se mudou para Lyon. Surgiu para o futebol no principal time da cidade francesa, e hoje em dia é titular do Barcelona.

Outro caso singular é o do atacante Pione Sisto, que nasceu circunstancialmente em Kampala, capital de Uganda, aonde seus pais tinham ido fugindo da guerra do Sudão do Sul. Toda a família emigrou para a Dinamarca, país ao qual o atleta de 23 anos chegou com apenas dois meses de vida e o qual defenderá na Copa.

Saman Ghoddos é um caso parecido ao de Diego Costa. Atacante, jogou pela seleção da Suécia em dois amistosos, contra Costa do Marfim e Eslováquia, em que inclusive marcou um gol, antes de ser procurado por dirigentes do Irã e passar a atual pela seleção asiática.

O meia-atacante Keita Baldé, que no ano passado trocou a Lazio pelo Monaco, nasceu em Arbucias, na Espanha, há 23 anos. Disputou um amistoso pela seleção da Catalunha (que não disputa torneios oficiais da Fifa) em 2015, e foi convocado por Senegal para a Copa Africana de Nações do ano passado, depois de ter encontrado dificuldade para obter a nacionalidade espanhola.

Na Suíça, adversária de estreia do Brasil, Granit Xhaka enfrentou na última Eurocopa o irmão Taulant, que jogou pela Albânia. Entre os companheiros de seleção do jogador do Arsenal estão Xherdan Shaqiri, nascido na Sérvia e de origem kosovar, além de Yvon Mvogo, Francois Moubandje e Breel Embolo, nascidos em Camarões; Johan Djourou, natural da Costa do Marfim; e Gelson Fernandes, nascido em Cabo Verde.

A seleção com maior variação de países de nascimento é a do Marrocos, que conta com apenas seis "nativos". Oito de seus jogadores nasceram na França, cinco na Holanda, dois na Espanha, um na Bélgica e um no Canadá.

Um dos "queridinhos" do técnico Josep Guardiola no Manchester City, Raheem Sterling dificilmente disputaria a Copa pela Jamaica, que foi ao torneio apenas uma vez, em 1998. Nascido em Kingston, a capital da Jamaica, o atacante emigrou ao Reino Unido com a mãe quando tinha cinco anos e agora é uma das estrelas da seleção da Inglaterra.