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Ministra israelense compara ameaças a Messi com Massacre de Munique em 1972

06/06/2018 14h48

Jerusalém, 6 jun (EFE).- A ministra de Cultura e Esportes de Israel, Miri Reguev, garantiu nesta quarta-feira que o amistoso da seleção local contra a Argentina foi cancelado por causa de ameaças de morte contra o atacante Lionel Messi e parentes.

"Isso é um novo tipo de terrorismo, que ameaçou a Messi e sua família. É o mesmo tipo de terrorismo velho-novo que há anos assassinou atletas na Olimpíada de Munique", disse a representante do governo, em entrevista coletiva.

Reguev se referiu ao sequestro dentro da Vila Olímpica de 11 integrantes da delegação de Israel nos Jogos, que acabaram mortos, assim como um policial, por integrantes de grupo denominado Setembro Negro.

O amistoso aconteceria em Jerusalém, o que provocou diversas manifestações de entidades palestinas. Grupos, políticos e personalidades pressionaram para que a seleção vice-campeã mundial não enfrentasse os israelenses.

Reguev, principal promotora da realização do jogo, garantiu que a transferência do jogo, que inicialmente aconteceria em Haifa, para Jerusalém, "é somente uma desculpa, não o problema".

A ministra concedeu entrevista coletiva em local que foi decorado com inúmeras peças que ela apontou terem sido utilizadas na campanha de boicote ao amistoso. Foram apresentadas fotos de camisas da Argentina manchadas de sangue, assim como imagens utilizadas para acusar os sul-americanos de apoiar a ocupação israelense e violações de direitos humanos.

Mais cedo, o presidente da Associação de Futebol Argentina (AFA), Claudio Tapia, também disse que o cancelamento do amistoso da 'Albiceleste' com Israel foi motivado por ameaças feitas contra Messi, sem entrar em detalhes.

"O acorrido nas últimas 72 horas, as ações, as ameaças que aconteceram, nos levaram a tomar a decisão de não viajar. A minha responsabilidade, como presidente, é a de brigar pela saúde e a integridade física de toda a delegação", disse o dirigente.

O presidente da Associação de Futebol de Israel, Ofer Eini, afirmou mais cedo que não houve notificação oficial do cancelamento do amistoso com a Argentina e que planeja fazer queixa formal na Fifa.