"Álamo soviético", cidade de Belarus é o novo lar de Maradona
Ignacio Ortega.
Redação Central, 19 mai (EFE).- Um lugar inimaginável e inesperado, a cidade de Brest, em Belarus, é o lugar para o qual os caprichosos deuses do futebol levaram Diego Armando Maradona, que foi anunciado como o novo homem forte do Dynamo local.
"Em Belarus não se fala de outra coisa. Maradona, uma lenda, no Dynamo Brest. Os torcedores ainda não podem acreditar", comentou à Agência Efe nesta sexta-feira o meia Aleksandr Hleb, que defendeu Arsenal e Barcelona, entre outros, e faz as últimas partidas da carreira pelo Dínamo Minsk.
Maradona assinou nesta semana um contrato de três anos com o clube de Brest, do qual será presidente, técnico, acionista e homem forte do futebol, encarregado de contratar e demitir.
'El Pibe' jogou e trabalhou em muitos lugares do planeta bola, mas Brest não é Abu Dhabi, onde o astro argentino trabalhou durante os últimos meses.
Na histórica cidade de menos de meio milhão de habitantes e que fica a poucos quilômetros da fronteira com a Polônia não há nada de luxuoso. Tudo é sobriedade, estrelas comunistas e realismo socialista.
Brest é um lugar sagrado para todo aquele que nasceu na União Soviética, como o Álamo representa para os Estados Unidos, já que foi na atual cidade bielorrussa que milhares de soldados soviéticos resistiram durante uma semana à ofensiva do exército de Hitler em junho de 1941.
"Maradona nos disse que nunca tinha trabalhado na Europa, só na Argentina e nos Emirados Árabes. Conversamos com ele sobre nosso clube, dos planos. Ele então pensou e aceitou o desafio", afirmou à Efe o diretor-geral do Dynamo, o lituano Valdas Ivanauskas.
O time local tem uma história de 60 anos, mas tem em sua estante apenas dois troféus da Copa de Belarus. A terceira pode vir neste sábado, na final contra o BATE Borisov, principal equipe do país e que venceu as últimas 12 edições do Campeonato Bielorrusso.
"Sabíamos que ele tinha outras ofertas, mas quando deixou o Al Fujairah, decidimos procurá-lo. Queremos ser não só o melhor clube bielorrusso, mas muito mais que isso. Queremos ser comparados ao Zenit São Petersburgo. Se não houvesse perspectivas, Maradona não teria aceitado", destacou Ivanauskas.
O dirigente destacou que Maradona tem uma grande experiência no mundo do futebol e, o que segundo ele é o mais importante, "uma aura e um carisma incríveis". "Ele representará um adicional tanto para o Dynamo quanto para todo o país", considerou.
Para Hleb, todos podem sair ganhando com a chegada do bicampeão mundial pela seleção argentina a Belarus. No entanto, o meia não acredita que Maradona viverá no país.
"Vejo como uma operação de relações públicas. Há muito dinheiro envolvido. Será algo muito bom para o país, mas não acredito que ele virá trabalhar em Brest. Só virá como turista", opinou.
O melhor jogador bielorrusso em toda a história destacou que a nova diretoria do Dynamo fez muito nos últimos tempos para popularizar o futebol ao criar uma academia, organizar torneios, encontrar patrocinadores e convidar técnicos estrangeiros.
Nesse sentido, Ivanauskas lembrou que dinheiro é o que não falta: "Temos muitos recursos financeiros, mas não vou lhe dizer quem é o nosso patrocinador", disse o lituano à Efe.
A imprensa bielorrussa informa que um dos principais acionistas do clube há dois anos é o grupo Sohra, que exporta o principal produto industrial do país - máquinas e equipamentos pesados, como caminhões de grande porte a países do Golfo Pérsico - e tem sede em Dubai.
"Falaremos a respeito das funções de Diego quando me reunir com ele em Abu Dhabi para sua apresentação oficial, na próxima terça-feira. O que é certo é que ele virá a Brest logo depois da Copa do Mundo", garantiu o dirigente. Porém, Hleb crê que o eterno camisa 10 não fará mais que duas ou três visitas por ano.
"Ele virá depois do Mundial, todos vão querer tirar uma foto com ele. Possivelmente se reunirá com o presidente (do país), Aleksandr Lukashenko, e dirá que o nosso país é fantástico. Alguns acreditam que ele fará algo bom para Belarus; outros, que não fará nada. Eu apoio o Dynamo, mas nada além disso", ponderou o meia, que vê toda a história envolvendo Maradona como "bonita, mas irreal".
Em resposta a Hleb, o Dynamo frisou que Diego não tem problemas de dinheiro e por isso não estará em Belarus para enriquecer.
Seja como for, o ex-jogador de Arsenal e Barcelona acredita que há poucos como o argentino no futebol. "Eu o conheci quando foi ao vestiário do Arsenal. Foi uma grande honra. Fez o mesmo quando eu estava no Barcelona", lembrou.
O que é dado como certo em Belarus é que Maradona se dará bem com Lukashenko, considerado "o último ditador da Europa". Isso porque o ídolo sente um grande apreço por líderes como Fidel Castro, Hugo Chávez e Vladimir Putin. Porém, assim como Putin, o presidente bielorrusso não é um grande fã de futebol e tem como modalidade preferida o hóquei sobre gelo.
Redação Central, 19 mai (EFE).- Um lugar inimaginável e inesperado, a cidade de Brest, em Belarus, é o lugar para o qual os caprichosos deuses do futebol levaram Diego Armando Maradona, que foi anunciado como o novo homem forte do Dynamo local.
"Em Belarus não se fala de outra coisa. Maradona, uma lenda, no Dynamo Brest. Os torcedores ainda não podem acreditar", comentou à Agência Efe nesta sexta-feira o meia Aleksandr Hleb, que defendeu Arsenal e Barcelona, entre outros, e faz as últimas partidas da carreira pelo Dínamo Minsk.
Maradona assinou nesta semana um contrato de três anos com o clube de Brest, do qual será presidente, técnico, acionista e homem forte do futebol, encarregado de contratar e demitir.
'El Pibe' jogou e trabalhou em muitos lugares do planeta bola, mas Brest não é Abu Dhabi, onde o astro argentino trabalhou durante os últimos meses.
Na histórica cidade de menos de meio milhão de habitantes e que fica a poucos quilômetros da fronteira com a Polônia não há nada de luxuoso. Tudo é sobriedade, estrelas comunistas e realismo socialista.
Brest é um lugar sagrado para todo aquele que nasceu na União Soviética, como o Álamo representa para os Estados Unidos, já que foi na atual cidade bielorrussa que milhares de soldados soviéticos resistiram durante uma semana à ofensiva do exército de Hitler em junho de 1941.
"Maradona nos disse que nunca tinha trabalhado na Europa, só na Argentina e nos Emirados Árabes. Conversamos com ele sobre nosso clube, dos planos. Ele então pensou e aceitou o desafio", afirmou à Efe o diretor-geral do Dynamo, o lituano Valdas Ivanauskas.
O time local tem uma história de 60 anos, mas tem em sua estante apenas dois troféus da Copa de Belarus. A terceira pode vir neste sábado, na final contra o BATE Borisov, principal equipe do país e que venceu as últimas 12 edições do Campeonato Bielorrusso.
"Sabíamos que ele tinha outras ofertas, mas quando deixou o Al Fujairah, decidimos procurá-lo. Queremos ser não só o melhor clube bielorrusso, mas muito mais que isso. Queremos ser comparados ao Zenit São Petersburgo. Se não houvesse perspectivas, Maradona não teria aceitado", destacou Ivanauskas.
O dirigente destacou que Maradona tem uma grande experiência no mundo do futebol e, o que segundo ele é o mais importante, "uma aura e um carisma incríveis". "Ele representará um adicional tanto para o Dynamo quanto para todo o país", considerou.
Para Hleb, todos podem sair ganhando com a chegada do bicampeão mundial pela seleção argentina a Belarus. No entanto, o meia não acredita que Maradona viverá no país.
"Vejo como uma operação de relações públicas. Há muito dinheiro envolvido. Será algo muito bom para o país, mas não acredito que ele virá trabalhar em Brest. Só virá como turista", opinou.
O melhor jogador bielorrusso em toda a história destacou que a nova diretoria do Dynamo fez muito nos últimos tempos para popularizar o futebol ao criar uma academia, organizar torneios, encontrar patrocinadores e convidar técnicos estrangeiros.
Nesse sentido, Ivanauskas lembrou que dinheiro é o que não falta: "Temos muitos recursos financeiros, mas não vou lhe dizer quem é o nosso patrocinador", disse o lituano à Efe.
A imprensa bielorrussa informa que um dos principais acionistas do clube há dois anos é o grupo Sohra, que exporta o principal produto industrial do país - máquinas e equipamentos pesados, como caminhões de grande porte a países do Golfo Pérsico - e tem sede em Dubai.
"Falaremos a respeito das funções de Diego quando me reunir com ele em Abu Dhabi para sua apresentação oficial, na próxima terça-feira. O que é certo é que ele virá a Brest logo depois da Copa do Mundo", garantiu o dirigente. Porém, Hleb crê que o eterno camisa 10 não fará mais que duas ou três visitas por ano.
"Ele virá depois do Mundial, todos vão querer tirar uma foto com ele. Possivelmente se reunirá com o presidente (do país), Aleksandr Lukashenko, e dirá que o nosso país é fantástico. Alguns acreditam que ele fará algo bom para Belarus; outros, que não fará nada. Eu apoio o Dynamo, mas nada além disso", ponderou o meia, que vê toda a história envolvendo Maradona como "bonita, mas irreal".
Em resposta a Hleb, o Dynamo frisou que Diego não tem problemas de dinheiro e por isso não estará em Belarus para enriquecer.
Seja como for, o ex-jogador de Arsenal e Barcelona acredita que há poucos como o argentino no futebol. "Eu o conheci quando foi ao vestiário do Arsenal. Foi uma grande honra. Fez o mesmo quando eu estava no Barcelona", lembrou.
O que é dado como certo em Belarus é que Maradona se dará bem com Lukashenko, considerado "o último ditador da Europa". Isso porque o ídolo sente um grande apreço por líderes como Fidel Castro, Hugo Chávez e Vladimir Putin. Porém, assim como Putin, o presidente bielorrusso não é um grande fã de futebol e tem como modalidade preferida o hóquei sobre gelo.
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