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Polícia inspeciona estádio do Sporting por suspeita de corrupção no handebol

16/05/2018 09h59

Lisboa, 16 mai (EFE).- A Polícia Judiciária de Portugal inspecionou nesta quarta-feira os escritórios do estádio José Alvalade por suspeitas de corrupção no Sporting, que suspendeu o treino de futebol após torcedores agredirem os jogadores e o técnico Jorge Jesus no dia anterior.

Os agentes chegaram ao clube no começo da manhã e, segundo a imprensa portuguesa, investigam uma suposta compra de árbitros para manipular resultados do campeonato de handebol, competição que o Sporting venceu na última temporada, encerrando um jejum de 16 anos.

A batida policial coincide com a suspensão do treino do time de futebol, que decidiu não participar das atividades devido ao tumulto ocorrido na terça-feira, quando torcedores invadiram as instalações utilizadas pela equipe.

Na ocasião, cerca de 50 torcedores invadiram o centro de treinamento e entraram no vestiário com tochas para agredir vários jogadores, entre eles os argentinos Marcos Acuña e Rodrigo Battaglia. O holandês Bas Dost levou a pior, ao sofreu vários cortes na testa e nas pernas. O incidente terminou com 21 pessoas detidas.

O clube lisboeta vive um momento de tensão desde que terminou o Campeonato Português no domingo passado com uma derrota por 2 a 1 para o Marítimo, resultado que o deixou fora da zona de classificação para a Liga dos Campeões.

Com elenco abalado neste fim de temporada, o Sporting tem marcada para o próximo domingo a decisão da Taça de Portugal, contra o Desportivos das Aves.

De acordo com a imprensa local, o elenco pretende se reunir com o sindicato dos jogadores para estudar opções, entre elas a rescisão do contrato com o clube.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu nesta quarta-feira para não se "banalize nem normalize" o ataque aos jogadores e ao treinador do Sporting, um ato que "não é isolado" e deve ser parado o mais rápido possível para que não ocorra mais vezes.

"São comportamentos graves que não podemos banalizar ou normalizar, sob pena de permitirmos escaladas ruins para os portugueses e a sociedade no seu conjunto. Não pode nem deve continuar", disse o presidente a jornalistas em Leiria, no centro do país.