Pressionado por escândalo de doping, Mutko deixa ministério russo de Esportes

Moscou, 8 mai (EFE).- O vice-primeiro-ministro da Rússia, Vitaly Mutko, deixou nesta terça-feira o ministério dos Esportes como parte de uma reestruturação para um novo governo, após ser apontado pela imprensa internacional como um dos mentores do escândalo de doping no país.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev, que revelou que Mutko deve passar para a pasta de Política Regional e Construção, depois de também ter deixado a presidência da União de Futebol Russa (UFR) e o Comitê Organizador da Copa do Mundo 2018.

Forte aliado do presidente Vladimir Putin, Mutko acumulou diversas funções de comando no esporte russo, que vive uma das maiores crises da sua história. Mesmo após o atletismo do país ter competido sob bandeira neutra nos Jogos Olímpicos de 2016, ele virou ministro dos Esportes e, logo em seguida, foi apontado como um dos responsáveis pelas estratégias estatais irregulares para ajudar a melhorar o desempenho de atletas.

Diante das acusações, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu, em dezembro, banir por toda a vida o político russo das atividades olímpicas.

Vitaly Mutko presidiu o Zenit São Petersburgo em 1997, clube que se tornou a principal potência do país nos anos seguintes, e ajudou a fundar a liga local profissional de futebol, em 2001. Quatro anos depois, assumiu a UFR e estava no cargo quando a Rússia foi escolhida pela primeira vez para sediar a Copa do Mundo.

Ele se tornou o principal alvo de Grigory Rodchenkov, ex-diretor do laboratório antidoping de Moscou, que decidiu colaborar com as investigações da Agência Mundial Antidoping (Wada) sobre a existência de um programa estatal com utilização de substâncias irregulares.

Como consequência das acusações, além de não poder ser representada pela equipe de atletismo nos Jogos do Rio, a Rússia não pode competir nos Jogos Paralímpicos, na capital fluminense, e também nos Jogos de Inverno em PyeongChang, no início deste ano.