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Sistema de auxílio de vídeo se torna protagonista na Copa das Confederações

18/06/2017 19h35

(Corrige sexto parágrafo).

Bruno Guedes.

Redação Central, 18 jun (EFE).- O esperado dia em que o uso da tecnologia de vídeo estaria presente em torneios de seleções organizados pela Fifa chegou e, após três jogos da Copa das Confederações, em dois houve interferência direta do auxílio externo, em três lances de gol, que poderiam ter mudado placares.

Ontem, na abertura entre Rússia e Nova Zelândia, em que os donos da casa levaram a melhor por 2 a 0, não foi divulgada interferência do Árbitro Assistente de Vídeo (VAR), na sigla em inglês. O brasileiro Sandro Meira Ricci foi o primeiro a comandar uma equipe de três integrantes que ficou a cargo da revisão dos lances.

A história - talvez do futebol mundial - começou a mudar neste domingo, no duelo entre Portugal e México, na Kazan Arena. Aos 20 minutos do primeiro tempo, entraram em cena os auxiliares que acompanhavam as imagens do jogo, liderados pelo americano Jair Marrufo.

Após chute no travessão de Cristiano Ronaldo, André Gomes bateu no rebote, a bola desviou em Nani e entrou. Néstor Pitana validou o lance, mas foi avisado de um impedimento de Pepe na origem da jogada, antes da conclusão do camisa 7, e anulou o gol.

Depois disso, Ricardo Quaresma e Cédric Soares - em lance revisado pelo VAR, mas em que não foi detectada irregularidade - marcaram para os portugueses, e Chicharito Hernández e Héctor Moreno buscaram o placar duas vezes para garantir a igualdade no jogo que fechou a rodada do grupo A da Copa das Confederações.

Em seguida, Chile e Camarões entraram em campo na Otkrytiye Arena, em Moscou, com o esloveno Damir Skomina apitando em campo, e o francês Clément Turpin liderando o time de auxiliares de vídeo, tendo bastante trabalho é bem verdade, em dois lances que ajudaram a mudar a construção do placar.

Aos 45 minutos do primeiro tempo, o atacante Eduardo Vargas recebeu na área e tocou para as redes, em lance considerado legal no campo. Houve checavam das imagens do lance e alerta de que o ex-Grêmio estava em posição irregular, o que resultou na anulação do gol.

Nos acréscimos, quando o placar já marcava 1 a 0 para o Chile, Vargas marcou de novo, mas um dos auxiliares levantou a bandeira, marcando impedimento do jogador. A equipe de revisão de vídeo liderada por Turpin avisou Skomina sobre o erro, e o gol foi validado, garantindo o 2 a 0 para a 'Roja'.

O VAR pode ter sido utilizado em outros momentos, já que o uso se enquadra em situações de gols, cartões vermelhos, pênaltis e identificação de jogadores, mas os três citados acima foram os que pararam o jogo, inclusive com alerta no telão dos estádios, com a frase "Incidente sob revisão".

Cada uma das decisões revistas pela arbitragem durou aproximadamente um minuto. A novidade, no entanto, ainda não é unanimidade, como é o caso do técnico Fernando Santos, da seleção portuguesa, que questionou uma suposta falta de critério.

"Se o futebol ganhar com essa nova regra, que ela seja bem-vinda. Mas precisamos ser sérios no uso desta novidade. Não entendo por que pararam o jogo em alguns momentos e em outros não. Depois que marcamos, houve revisão, mas quando eles marcaram, não", criticou.

Santos ainda questionou que, em um dos gols do México, um jogador adversário teria feito uma falta. "Mas as regras são assim mesmo", concluiu o treinador.

Nesta segunda-feira, Austrália e Alemanha se enfrentarão às 12h (de Brasília) no Estádio Olímpico Fisht, em Sochi. Os olhos estarão voltados para o trabalho do americano Matt Geiger, que estará no campo, comandando a arbitragem, mas ainda mais para o trio liderado pelo uzbeque Ravshan Irmatov, que podem ajudar ainda mais a evitar gols irregulares, pênaltis inexistentes, entre outros erros.