Promotor pede prisão sem fiança para Rosell por lavagem de dinheiro
O promotor da Audiência Nacional da Espanha, Vicente González Mota, pediu nesta quinta-feira a prisão, sem fiança, do ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell, detido há dois dias sob a acusação de ter lavado de 15 milhões de euros (R$ 54,6 milhões) procedentes de comissões ilegais obtidas com a venda de direitos de imagem da seleção brasileira.
Fontes ligadas ao processo informaram à Agência Efe que o promotor fez o pedido depois de depoimento que o dirigente prestou durante uma hora e meia, na quarta-feira, para a juíza da Audiência Nacional Carmen Lamela.
Também foi solicitada a prisão do advogado e político Joan Besolí, apontado como responsável por abrir empresas em Andorra, as quais foram utilizadas para lavar o dinheiro.
Também presos na última terça-feira, Besolí e Andreu Ramos, apontado como testa de ferro, que teve o nome utilizado para a abertura das contas e empresas do ex-presidente do Barça, estão prestando depoimento na manhã de quinta-feira.
Quem também ficará frente a frente nesta quinta-feira com a juíza Carmen Lamela é Marta Pineda, mulher de Rosell, que foi libertada após acompanhar a operação de busca e apreensão na luxuosa residência do casal, na cidade de Corçà.
Outro detido há dois dias foi o libanês Shahe Ohannessian, apontado como ex-sócio do antigo dirigente da Nike no Brasil e ex-presidente do clube catalão.
Rosell é acusado de ter lucrado ilegalmente com desvio de direitos de imagem da seleção brasileira na época em que era executivo da Nike. O dirigente teria lavado 15 milhões de euros procedentes de comissões ilegais e depois ocultado o dinheiro em Andorra.
A operação de terça-feira, coordenada pela Guarda Civil e a Polícia Nacional da Espanha, deriva de uma queixa-crime que a Promotoria apresentou à Audiência Nacional contra Rosell, que é apontado pelos investigadores como à frente de uma rede de lavagem de dinheiro e teriam recebido indevidamente a quantia citada por "serviços de marketing e promoção" de jogos da seleção brasileira de 2006 a 2012, período que tinha Ricardo Teixeira no comando da CBF.
Segundo o jornal "El Confidencial", Sandro Rosell recebeu até 41% da venda dos direitos de transmissão de 24 amistosos da seleção brasileira entre 2006 e 2012. A comissão que Rosell teria recebido ocorreu na fase em que ele acumulou as funções de empresário de marketing e de presidente do Barcelona.
Ele foi diretor da multinacional Nike no Brasil e negociou o contrato com a CBF para que a empresa americana se tornasse a fornecedora de material esportivo da seleção.
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