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Chape vira no fim sobre Zulia, e recurso definirá futuro na Libertadores

23/05/2017 21h59

Chapecó (SC), 23 mai (EFE).- Punida antes de entrar em campo pela Conmebol, a Chapecoense mostrou um grande espírito de superação nesta terça-feira e venceu o Zulia por 2 a 1, com uma virada heroica na Arená Condá, que pode até render a permanência do clube na Taça Libertadores, caso o recurso apresentado pela diretoria à entidade contra a perda de pontos no duelo anterior pela fase de grupos, com o Lanús, seja aceito.

O Verdão do Oeste bombardeou o time venezuelano hoje ao longo dos 90 minutos, chegou a acertar três bolas na trave, mas perdia com gol de Arango, marcado ainda no primeiro tempo, até os 45 da etapa final. O improvável, porém, aconteceu. E premiou o esforço do time. Arthur empatou o jogo após bate e rebate na área. No minuto seguinte, Girotto desviou cruzamento de Rossi de cabeça e virou a partida.

Por decisão da Conmebol, o clube catarinense entrou em campo sem os três pontos da vitória sobre o Lanús pela quinta rodada do grupo 7 devido à escalação irregular do zagueiro Luiz Otávio, autor do gol do triunfo por 2 a 1 na partida da última quarta-feira.

Segundo a entidade, o jogador estava suspenso por três jogos por causa de uma expulsão diante do Nacional, também pela Libertadores, e teria cumprido apenas um jogo de gancho na Recopa Sul-Americana.

A defesa da Chape tentou mostrar que houve indução ao erro por problemas na comunicação por e-mail entre a entidade e o departamento jurídico do clube, mas sem sucesso. O Verdão, porém, vai recorrer ao tribunal de apelação da própria Conmebol.

Com a vitória de hoje, a Chape chegou a sete pontos e ficou com o terceiro lugar do grupo 7, à frente do Zulia, que terminou com cinco. Caso o recurso que pode render a permanência na Libertadores não seja aceito, terá como consolo a classificação para a Copa Sul-Americana, na qual terá a chance de conquistar o bicampeonato.

No outro jogo da chave, o Lanús venceu o Nacional, chegou a 13 pontos e se classificou para as oitavas de final com a liderança do grupo. Os uruguaios ficaram em segundo lugar.

Apesar de jogar fora de casa, o Zulia começou a partida tomando conta das ações. A Chape, que levava vantagem em relação ao adversário para ficar com a vaga na Sul-Americana, colocava todos os jogadores marcando atrás da linha da bola.

Os dois times também tinham dificuldade por causa das condições climáticas. Pouco antes do jogo, uma chuva forte caiu na Arena Condá e deixou o gramado bastante molhado, com algumas poças que atrapalhavam a troca de passes.

Se estava difícil pelo chão, o Verdão passou então a explorar as jogadas pelo alto. Revertendo o domínio do Zulia até então, os donos da casa começaram a explorar os lados do campo para ameaçar o rival.

A primeira jogada de perigo saiu aos 12 minutos, quando Apodi partiu pela direita, recebeu lançamento longo e cruzou para Wellington Paulista. Plazas cortou de forma estranha, matados o goleiro, e a bola tocou na rede pelo lado de fora. Também enganados pelo lance, alguns torcedores chegaram a comemorar na Arena Condá.

A postura mais ofensiva da Chapecoense, em vez de produzir jogadas que ameaçassem a meta defendida por Vega, acabou dando mais espaços para o adversário. E o Zulia não desperdiçou a chance.

Aos 30 minutos, a zaga do Verdão cochilou. Unrein invadiu a área pela esquerda e cruzou rasteiro para Arango, que apareceu entre os zagueiros e desviou para o gol, vencendo Jandrei para marcar.

Em desvantagem, a Chape continuou usando das bolas pelo alto para empatar e teve duas boas chances antes do intervalo. Primeiro, aos 38, Arthur desviou após cobrança de escanteio que cruzou toda a área. Depois, falta cobrada por Reinaldo caiu nos pés do próprio Arthur, que bateu cruzado, quase acertando o gol.

Precisando da vitória, o técnico Vagner Mancini mexeu na equipe no intervalo e colocou o atacante Túlio de Melo no lugar de Luiz Antônio. Mas, apesar da mudança, quem assustou primeiro foi o Zulia.

Logo aos 2 minutos, os visitantes puxaram rápido contra-ataque pela esquerda. Orozco recebeu livre na área, mas demorou a chutar. Jandrei saiu rápido e abafou o lance, salvando a Chape.

Outro fator que não ajudava era o clima. Uma forte chuva voltou a cair na Arena Condá, aumentando as poças que complicavam a troca de passes dos dois times na etapa inicial.

Apesar das dificuldades, a Chape respondeu e quase empatou aos 7 minutos. Rossi foi lançado pela direita, limpou a marcação e rolou para Wellington Paulista, que chegava de trás. O atacante pegou de primeira, mas carimbou a trave esquerda do gol do Zulia.

O Zulia se safou mais uma vez aos 18. Rossi foi mais uma vez à linha de fundo pela direita e cruzou na medida para Arthur, que cabeceou no contrapé de Vega, que nada poderia fazer. Plazas, porém, estava em cima da linha e cortou o perigo. No rebote, Wellington Paulista emendou também de cabeça, mas jogou por cima.

A pressão da Chapecoense, que já era grande, aumentou depois dos 26. O lateral-esquerdo Bello recebeu segundo cartão amarelo por falta em Rossi na entrada da área e deixou o Zulia com um a menos em campo. Imediatamente, Mancini colocou Neném no lugar de Apodi.

Na cobrança da falta, o Verdão até chegou a marcar, mas a arbitragem anulou o lance. João Pedro acabou fazendo falta no goleiro após completar de cabeça a bola levantada por Rossi.

A trave salvou o Zulia outra vez aos 30. Em novo cruzamento na área, desta vez feito por Reinaldo pela esquerda, Grolli apareceu entre os zagueiros e carimbou o poste esquerdo de Vega.

Na sequência, Vega mostrou que, além de sorte, também sabe defender. Primeiro, aos 33, Rossi cruzou da direita, Wellington Paulista testou firme, e o goleiro se esticou para tocar para o lado. No rebote, novo cruzamento. Desta vez, Túlio de Melo ganhou dos zagueiros e cabeceou no cantinho. Vega salvou outra vez.

Aos 35, o goleiro do Zulia fez novo milagre. Rossi, novamente livre pela direita, recebeu e decidiu tocar para trás. Neném dominou na entrada da área, limpou a marcação e chutou. Vega se esticou, fez a defesa e a bola ainda tocou no travessão antes de sair.

Com a partida se aproximando do fim, o empate já parecia improvável. A virada que garantiria a vaga na Sul-Americana, então, mais ainda. Mas nada é impossível para a Chapecoense.

O gol do empate, que já estava mais do que maduro, acabou saindo aos 45. Depois de escanteio cobrado da esquerda e bate e rebate na área, a bola acabou nos pés de Arthur, que fuzilou. Desta vez, nem Vega nem a trave foram capazes de impedir o gol.

No lance seguinte, aos 46, o Verdão virou o jogo. Rossi cruzou para Girotto, que desviou de cabeça e colocou a bola no fundo das redes para a loucura da torcida na Arena Condá



Ficha Técnica:.

Chapecoense: Jandrei; Apodi (Neném), Douglas Grolli, Nathan (Fabrício Bruno) e Reinaldo; Andrei Girotto, Luiz Antonio (Túlio de Melo) e João Pedro; Rossi, Arthur e Wellington Paulista. Técnico: Vagner Mancini.

Zulia: Vega; Rivillo, Palomino, Plazas, Cuevas (Martínez) e Bello; Moreno, Gómez, Arango e Orozco; Unrein (Guaycochea). Técnico: Daniel Farías.

Árbitro: Gustavo Murillo (Colômbia), auxiliado pelos compatriotas Alexander Guzmán e Cristian Da Cruz.

Gols: Arango (Zulia); Arthur e Girotto (Chapecoense).

Cartões Amarelos: Douglas Grolli e Wellington Paulista (Chapecoense); Vega, Bello e Gómez (Zulia).

Cartão Vermelho: Bello (Zulia).

Estádio: Arena Condá, em Chapecó.