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Gatito pega 3 pênaltis e garante Botafogo na fase de grupos da Libertadores

23/02/2017 00h08

Assunção, 22 fev (EFE).- Um herói improvável, muita emoção e uma classificação histórica em pleno Defensores del Chaco: o Botafogo garantiu vaga na fase de grupos da Taça Libertadores nesta quarta-feira após vencer o Olímpia nos pênaltis, por 3 a 1, depois de derrota por 1 a 0 no tempo normal.

O nome da classificação foi Gatito Fernández. Mantido no banco, o goleiro precisou entrar no segundo tempo para substituir Helton Leite, que se lesionou. No momento decisivo, o paraguaio pegou três de quatro cobranças. Camilo, Rodrigo Pimpão, Victor Luis bateram com perfeição e garantiram o Botafogo na sequência do torneio.

Antes da disputa dos pênaltis, o Olímpia venceu no tempo normal por 1 a 0, com gol de Montenegro aos 34 minutos, devolvendo o resultado obtido pelo Glorioso no Estádio Nilton Santos.

O Botafogo entra no grupo 1 da Libertadores, ao lado do Atlético Nacional, atual campeão, do Barcelona de Guayaquil e do Estudiantes. A primeira partida da próxima fase está marcada para o dia 14 de março, contra o Estudiantes, no Rio de Janeiro.

O técnico Jair Ventura foi forçado a fazer várias mudanças na equipe para o jogo decisivo. Helton Leite foi mantido no time porque Gatito, revelado no Cerro Porteño, maior rival do Olímpia, voltava de lesão.

Sem Walter Montillo, que sentiu um problema na panturrilha na primeira partida, Matheus ganhou vaga no time. Já o zagueiro Marcelo foi improvisado na lateral-direita para substituir Jonas, suspenso, e Joel Carli voltou ao comando da defesa do Alvinegro.

Pelo lado do Olímpia, Pablo Repetto praticamente repetiu a equipe que foi derrotada no Rio de Janeiro. A única mudança ocorreu na lateral-direita. Rodi Ferreira ganhou a vaga de César Benítez. Medalhões como o zagueiro brasileiro Edcarlos, ex-Atlético Mineiro, atacante Roque Santa Cruz, iniciaram o jogo no banco.

Com apenas Rodrigo Pimpão no ataque, o Botafogo conseguiu conter a pressão inicial dos donos da casa. Bem na marcação, o Alvinegro ainda chegou a ameaçar no começo da partida com o próprio Pimpão, que se movimentava bem nas costas dos zagueiros adversários.

A falta de criatividade do Olímpia começou a irritar a torcida ainda no primeiro tempo. Algumas vaias já eram ouvidas por volta dos 25 minutos de jogo. Tranquilo no jogo, o Botafogo marcava bem e tocava com qualidade quando roubava a bola.

Sem conseguir infiltrar na retranca alvinegra, o Olímpia começou a jogar a bola na área, mas também não teve sucesso. Helton Leite só foi ameaçado aos 38, quando Mouche cobrou falta na área, e o goleiro precisou sair do gol para fazer o corte.

A melhor chance do Olímpia ocorreu aos 43. Em um dos poucos vacilos da zaga do Botafogo, Ortiz recebeu na entrada da área e chutou firme no canto. Helton Leite se esticou e salvou.

Apesar do bom desempenho do time na etapa inicial, Ventura resolveu colocar Gilson no lugar do jovem Matheus Fernandes na volta do intervalo. O objetivo era reforçar a marcação pelo lado esquerdo. Dessa forma, João Paulo passou a compor o meio com Camilo.

Os dois times, porém, mantiveram a mesma postura do primeiro tempo. Enquanto o Olímpia tentava atacar sem muito sucesso, o Botafogo se segurava bem na defesa. As bolas paradas seguiam como a única arma do time paraguaio.

Aos 3 minutos, após cruzamento, Mouche cabeceou para trás e encontrou Fernández na área. O meia, porém, pegou mal e chutou ao lado do gol defendido por Helton Leite.

Já insatisfeito com o resultado da conversa no vestiário, Repetto decidiu reforçar o setor ofensivo na sequência. O próprio Fernández deixou o campo para a entrada do veterano Santa Cruz.

O experiente atacante criou perigo aos 10 minutos. Depois de cruzamento da esquerda, Santa Cruz escorou para Ortiz, que teve o chute bloqueado por Marcelo. A sobra ficou com o próprio Santa Cruz, que acabou pegando muito mal na bola e isolou.

Aos 15 minutos, Helton Leite sentiu lesão e precisou ser substituído. Gatito Fernández, que também se recuperava de um problema, entrou em campo para substituí-lo.

A pressão do Olímpia foi crescendo com a proximidade do fim do jogo. Acuado, o Botafogo não conseguia sair do campo de defesa e errava todos os contra-ataques que tentava.

Gatito foi obrigado a trabalhar em dois lances praticamente seguidos. Aos 29, depois de falta cobrada na área, Santa Cruz subiu mais alto que os zagueiros do Botafogo, tocou de cabeça, mas o goleiro fez boa defesa. Aos 31, Ortiz arriscou de novo da entrada da área, e o arqueiro paraguaio se esticou para defender no canto.

O gol do Olímpia era uma questão de tempo e acabou saindo aos 34 minutos. Depois de jogada de Santa Cruz, Marcelo tentou cortar e levou a azar. A bola sobrou nos pés de Montenegro, que, livre na área, só teve o trabalho de tocar na saída de Gatito.

O Defensores del Chaco explodiu com o gol, mas o Olímpia não foi capaz de marcar o segundo, e o jogo foi para a cobrança de pênaltis.



Ficha técnica:.

Olímpia: Azcona; Ferreira, Cañete (Bogado), Pellerano e Giménez; Fernández (Santa Cruz), Ortiz, Riveros (Mendoza) e Benítez; Mouche e Montenegro. Técnico: Pablo Repetto.

Botafogo: Helton Leite (Fernández); Marcelo, Carlí, Emerson Silva e Victor Luís; Aírton, Bruno Silva, João Paulo, Matheus Fernandes (Gilson) e Camilo; Rodrigo Pimpão. Técnico Jair Ventura.

Árbitro: Julio Bascuñan (Chile), auxiliado pelos compatriotas Christian Schiemann e Marcelo Barraza.

Gols: Montenegro (Olímpia).

Cartões Amarelos: Fernández (Olímpia); Marcelo, Carlí, Bruno Silva (Botafogo).

Pênaltis: Para o Olímpia, Ferreira marcou. Ortiz, Mendoza e Benítez erraram. Para o Botafogo, Camilo, Pimpão e Victor Luis marcaram.

Estádio: Defensores del Chaco, em Assunção (Paraguai).