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Vice do San Lorenzo denuncia propina em disputa presidencial da AFA em 2015

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

17/02/2017 17h20

Buenos Aires, 17 fev (EFE).- O vice-presidente do San Lorenzo e apresentador de TV Marcelo Tinelli, que concorreu à presidência da Associação do Futebol Argentina (AFA) em dezembro de 2015, denunciou nesta sexta-feira que naquela época foi oferecido dinheiro a dirigentes para que votassem no candidato Luis Segura.

A votação gerou polêmica porque ambos empataram com 38 votos cada, totalizando 76, sendo que apenas 75 pessoas estavam aptas a votar na ocasião, o que significa a existência de um "fantasma" votante.

Carlos Coloma, ex-dirigente do Quilmes e que participou da eleição, disse na quinta-feira à rádio "Quilmes Sur" que os vídeos desse dia "provam claramente que o vencedor foi Luis Segura" e afirmou que o vice-presidente do Talleres, Rodrigo Escribano, depositou um voto duplo a favor de Tinelli.

"Na votação do 38 a 38, Coloma não viu nada, porque estava ao meu lado. Rodrigo Escribano é uma pessoa de bem. Não mintam mais. Dá para ouvir claramente quando Miguel Silva (o vice-presidente do Arsenal) diz a Segura que estão vindo votos duplos. E ofereciam dinheiro aos que votavam em Segura", respondeu Tinelli no Twitter.

Miguel Silva conversou com a rádio "Cadena Uno" e disse que "é mentira o que (Tinelli) escreveu" e que "não houve reclamações durante as eleições".

"Quem contou os votos contou muito mal. As pessoas que abriam os envelopes eram próximas a Tinelli", argumentou Silva.

Em entrevista ao canal "TyC Sports", Escribano relatou que os votos "já estavam separados" quando os recebeu e comentou que tudo consiste em uma "operação" e uma "guerra".

"Estou muito mal por esta situação. Claramente, vendo o vídeo, notamos que há um papel que se movimenta (entre os votos). Mas todos sabemos que os votos eram papelões duros e não papéis dobrados. Aquele papel não era um voto", explicou Escribano, que lembrou que "havia nove pessoas" ao redor para contar os votos.

Além disso, o dirigente disse que o filho de Luis Segura o ligou para recomendar que ficasse "tranquilo" e que "não desconfiavam" dele.

Segura, que era vice de Julio Grondona e herdou o posto após a morte do mandatário em 2014, continuou na liderança da AFA até meados de 2016, quando Fifa e Conmebol criaram uma comissão reguladora que assumiu o controle da entidade para modificar os estatutos e convocar novas eleições, previstas para 16 de março.