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Bolt faz apanhado da carreira e diz: "A imortalidade é tudo para mim"

14/02/2017 16h46

Monte Carlo, 14 fev (EFE).- Apontado como melhor velocista de todos os tempos, o jamaicano Usain Bolt, dono de oito ouros olímpicos, revelou nesta terça-feira que sempre sonhou ser visto como imortal e se disse honrado por ser comparado com lendas como Muhammad Ali.

"A imortalidade é ser o maior. A imortalidade é tudo para mim. Vendo a repetição das provas do Rio na televisão, quando cruzo a linha de chegada e o comentarista diz 'agora é imortal', acho que foi o melhor comentário que já ouvi alguém fazer sobre mim", declarou Bolt em Monte Carlo antes da cerimônia de entrega do Prêmio Laureus.

"E eu queria conseguir algo assim. Trabalhei sempre para ser o maior, para deslocar as barreiras e ver quanto mais eu poderia conseguir. Para mim, a imortalidade significa tudo, porque é o que sempre busquei", acrescentou o ídolo jamaicano, que se aposentará depois do Mundial deste ano, em Londres.

Ao ser comparado com o ídolo do boxe mundial, que morreu no ano passado, Bolt se disse lisonjeado. "Ser como Muhammad Ali é algo incrível, porque ele era o maior. Não há maior sensação que a de que as pessoas me incluam na mesma frase que ele", enalteceu.

Bolt foi campeão dos 100m, dos 200m e do 4x100m em três edições dos Jogos Olímpicos seguidas. No entanto, o título do revezamento obtido em Pequim 2008 foi cassado porque um dos integrantes da equipe jamaicana, Nesta Carter, deu positivo para o uso de doping em reanálise de amostras de sangue feita recentemente.

"Foi duro no começo. Duro e triste. É algo que tenho de assumir e sobre o que eu não tenho controle. Não posso fazer nada a respeito, tenho de aceitar", conformou-se o velocista, recordista mundial dos 100m e dos 200m.

"No momento, minhas marcas são muito boas. Sempre penso alto, e pode ser que durem dez ou 15 anos, talvez", resumiu. "Não escreva que eu disse isso, por favor", completou Bolt, em tom de brincadeira.

O jamaicano, que a princípio encerraria a carreira depois dos Jogos do Rio, negou que posso reconsiderar pendurar as sapatilhas depois do Mundial.

"Não vou reconsiderar minha ideia de me aposentar no fim desta temporada, certamente que não. Acredito que conquistei muitas coisas. E foi duro. Chegou o momento em que estou completamente satisfeito com o que obtive no mundo do esporte. Portanto, chegou o momento de sair", afirmou o ídolo, que lembrou as privações pelas quais passou ao longo da carreira.

"O esporte de alto nível limita e impede de fazer muitas coisas que gostaria. E quanto mais velho você se aposenta, mais oportunidades perde de fazer essas coisas. Só treina e treina. Depois, também há as lesões, é custoso voltar delas. Não quero que chegue o momento no qual eu não esteja pronto para encarar uma competição na plenitude da forma", argumentou.