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Torcida ameaça jogador "neonazista" e clube espanhol cancela contratação

Zozulya em campanha do exército ucraniano quando atuava no Dnipro - Reprdoução/Facbook
Zozulya em campanha do exército ucraniano quando atuava no Dnipro Imagem: Reprdoução/Facbook

01/02/2017 13h19

Madri, 1 fev (EFE).- O atacante ucraniano Roman Zozulya  deixará o Rayo Vallecano, horas após ter sido apresentado, devido a reação dos torcedores do clube, que o acusam de ser neonazista.

Hoje, quando chegou ao centro de treinamento do clube madrilenho, Zozulya, emprestado pelo Betis, foi hostilizado, além disso, teve que ler faixas garantindo que ele não era querido e que deveria ir embora.

A faixa diz que em Vallecas, subúrbio de Madri onde está baseado o Rayo, "não há lugar para nazistas" - uma referência às acusações de que Zozulya seria associado a grupos paramilitares de extrema-direita na Ucrânia.

A polícia da capital espanhola teve que enviar homens para evitar qualquer tumulto.

"Houve problemas com alguns grupos de torcedores do Rayo e, após discussões, decidimos que ele retornará (ao Bétis). Temos que proteger um sujeito que é nosso jogador - disse o diretor esportivo do Bétis, Miguel Torrecilla.

"Conversamos com Roman (Zozulya) e ele está muito triste. Ele não esperava isso e chegou a escrever uma carta para a torcida do Rayo, mas parece não ter tocado a todos", completou Torrecilla.

Há alguns meses, o ucraniano também protagonizou polêmica, devido ao apoio que manifestou ao exército do país, inclusive, aparecendo em fotografias com vestimenta militar e empunhando arma.

"Não é uma questão de ideologia ou pensamentos, vai além disso: o jogador ucraniano já empunhou armas, doou dinheiro a batalhões fascistas, usa seus símbolos e já manifestou apoio ativo à extrema-direita em seu país, para quem é um símbolo", diz um comunicado da Plataforma ADRV, grupo de organizadas do Rayo.

Zozulya tem 26 anos e é presença constante na seleção da Ucrânia desde 2010.