Topo

Lendas e time campeão saem de cena e entram para a história em 2016

24/12/2016 07h00

Douglas Rocha.

Redação Central, 24 dez (EFE).- O ano de 2016 viu a perda de três das maiores lendas do esporte em todos os tempos - Johan Cruyff, Carlos Alberto Torres e Muhammad Ali -, além da trágica queda do avião que levava a delegação da Chapecoense à Colômbia, que matou 71 pessoas, entre elas 19 jogadores e o técnico Caio Júnior.

Poucas vezes dizer que determinado time "é o Brasil" em uma competição internacional fez tanto sentido quanto nas vezes em que foi usada para falar sobre a participação da Chape na Copa Sul-Americana. Após eliminar grandes equipes, como Independiente e San Lorenzo, a equipe catarinense se colocou na final da competição da Conmebol para enfrentar o Atlético Nacional e ganhou a admiração e a torcida dos brasileiros.

No entanto, o sonho de entrar em campo para uma grande decisão terminou de maneira triste em 28 de novembro, com a queda do avião da empresa boliviana LaMia no cerro El Gordo, perto da cidade de Rionegro, onde está situado o aeroporto José Matría Córdova, onde a delegação aterrissaria para o jogo de ida, em Medellín.

A tragédia, causada por falta de combustível, como apontam as investigações, vitimou quase todo o elenco da Chape, Caio Júnior e outros integrantes da comissão técnica e dirigentes, além de trabalhadores da imprensa, convidados e integrantes da tripulação.

Entre as 77 pessoas presentes no voo, seis sobreviveram: os jogadores Jackson Follmann, Neto e Alan Ruschel, o jornalista Rafael Henzel, a comissária Ximena Suárez e o técnico de voo Erwin Tumiri, estes dois últimos, bolivianos.

A queda causou comoção e gerou homenagens por todo o mundo, o que aconteceu também em junho, com a morte de Muhammad Ali. A lenda do boxe foi vítima de uma doença degenerativa, aos 74 anos, e foi enterrado após um funeral islâmico.

Ali, que antes de se converter ao islamismo se chamava Cassius Clay, foi campeão olímpico em 1960 nos meio-pesados, campeão mundial dos pesos pesados, condição na qual inclusive se retirou dos ringues, venceu 57 das 62 lutas que disputou e ainda protagonizou alguns dos combates mais lembrados de todos os tempos, entre eles contra Joe Frazier e George Foreman.

O futebol também perdeu dois de seus grandes ídolos. Johan Cruyff, símbolo do carrossel holandês da década de 1970 e campeão pelo Barcelona tanto como jogador quanto como treinador, sucumbiu a um câncer de pulmão em março.

Meses mais tarde, em outubro, morreu Carlos Alberto Torres. Vencedor por onde passou, incluindo Botafogo, Fluminense, Santos, New York Cosmos e seleção brasileira, o 'Capita' será sempre lembrado por ter levantado a taça do tri, obtido em 1970, e pelo último gol da vitória sobre a Itália por 4 a 1 na final, no México.

Outro personagem histórico do futebol morto neste ano foi João Havelange, aos 100 anos de idade. Medalhista pan-americano como atleta de polo aquático, foi presidente da Fifa de 1974 a 1998. Tornou-se depois presidente de honra, mas abdicou da função para escapar de denúncias de corrupção.

Coincidentemente, no mesmo dia, 16 agosto, morreu outro dirigente bastante conhecido em âmbito nacional, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do Santos no período da conquista do tri da Taça Libertadores, em 2011.

Ainda no meio do futebol, faleceram em 2016 os ex-jogadores Caçapava (bicampeão brasileiro pelo Internacional), Roberto Perfumo (ídolo de Cruzeiro, River Plate e Racing) Gaúcho (campeão da Copa do Brasil e do Brasileirão pelo Flamengo), Leonardo (ex-Vasco e ex-Sport) e Reginaldo Araújo (passou por Coritiba e São Paulo, entre outros).

Também morreram o italiano Cesare Maldini, ex-técnico da 'Azzurra' e pai de Paolo Maldini, o nigeriano Stephen Keshi, ídolo como zagueiro e treinador, o romeno Daniel Prodan, que disputou a Copa do Mundo de 1994, e o alemão Sascha Lewandowski, que dirigiu o Bayer Leverkusen até 2014 e neste ano esteve à frente do Bochum.

Chocou a morte do cubano naturalizado americano José Fernández, de apenas 24 anos, em um acidente de barco. O arremessador jogava pelo Miami Marlins, da liga americana de beisebol. Ainda nos EUA, morreu Nate Thurmond, primeiro jogador de basquete a fazer um quádruplo-duplo na NBA, em 1974, atuando pelo Chicago Bulls.

O pugilista escocês Mike Towell, de 25 anos, não resistiu aos ferimentos sofridos na luta contra o galês Dale Evans, enquanto a ex-ginasta tcheca Vera Kaslavska, que conquistou três medalhas olímpicas em 1964 e quatro 1968 foi vítima de um câncer de pâncreas. EFE

dr/id