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Phelps e Bolt dão adeus em grande estilo no Rio, que vê ascensão do R. Unido

22/12/2016 13h52

Douglas Rocha.

Redação Central, 22 dez (EFE).- Michael Phelps e Usain Bolt já tinham seus nomes escritos na história dos Jogos Olímpicos e aproveitaram a edição de 2016 do evento no Rio de Janeiro para reforçarem a condição de lendas do esporte com mais uma série de medalhas no peito.

O Rio 2016 ainda ratificou a supremacia dos Estados Unidos, que mais uma vez "sobrou" no quadro de medalhas, além de ter marcado a ascensão do Reino Unido, que ficou em segundo lugar nessa relação, e a queda da China, agora terceira colocada.

Phelps já era o maior medalhista da história olímpica desde Londres 2012, com 22, e chegou a anunciar a aposentadoria. Entretanto, a participação nos Jogos no Brasil, que antes era improvável, aconteceu e em grande estilo.

No Rio, o nadador subiu ao pódio outras seis vezes, cinco delas no ponto mais alto (4x100m medley, 200m medley, 200m borboleta e revezamentos 4x100m livre e 4x200m livre). Ainda foi prata nos 100m borboleta.

Essa prova, aliás, representou uma transição de gerações. Phelps, que buscava o tetra em sua última Olimpíada, foi derrotado pelo jovem cingapuriano Joseph Schooling, de apenas 21 anos. À época, rodou o mundo uma foto tirada oito anos antes, em Pequim, em que o atleta asiático tietava o ídolo.

Outro que deu adeus aos Jogos como membro do olimpo foi Bolt. Com a já conhecida combinação de velocidade e carisma, o jamaicano atingiu o chamado "triplo-triplo". Pela terceira vez na carreira, foi campeão olímpico nos 100 metros, nos 200 metros e no revezamento 4x100 metros.

A piscina do Estádio Aquático Olímpico também foi palco para a ascensão de outra estrela americana, que obteve quatro ouros, dois deles com recorde mundial, e ainda uma prata. A húngara Katinka Hosszu e Ryan Murphy, também dos Estados Unidos, obtiveram três títulos cada.

Enquanto vários nadadores dos EUA brilharam, um deles protagonizou um dos principais fatos negativos dos Jogos. Ryan Lochte subiu ao pódio com o ouro no revezamento 4x200 metros livre, sua 12ª medalha olímpica, mas o feito foi ofuscado pela mentira inventada por ele.

O nadador e outros três atletas americanos - James Feigen, Gunnar Bentz e Jack Conger - deixaram a Vila Olímpica para irem a uma festa e, na volta, cometeram atos de vandalismo em um posto de gasolina. Para justificarem a confusão e a volta tardia à concentração, disseram que foram assaltados. Lochte chegou a ter o passaporte retido, mas escapou com o pagamento de dinheiro para instituições de caridade brasileiras.

Nas pistas, os outros destaques foram o britânico Mo Farah, bicampeão nos 5 mil metros e nos 10 mil metros, o americano Ashton Eaton, que também foi ouro pela segunda vez, agora igualando o recorde olímpico estabelecido pelo tcheco Roman Sebrle em Atenas 2004, e a também jamaicana Elaine Thompson, vencedora dos 100m e dos 200m.

Eaton, Phelps, Ledecky, Simone Bailes, dona de quatro ouros e um bronze na ginástica artística, e tantos outros contribuíram para que os EUA ficassem na liderança do quadro de medalhas pela segunda vez seguida, com 46 de ouro, 37 de prata e 38 de bronze.

Impulsionado pelo legado olímpico dos Jogos de Londres e por uma "chuva de medalhas" no atletismo, o Reino Unido foi segundo colocado, com um ouro a mais que a China (27 a 26). Líder em casa, Pequim 2008, o gigante asiático teve de contentar com a terceira posição, enquanto a Rússia, desfalcada devido a um escândalo de doping que envolveu inclusive o governo nacional, ficou em quarto.

Enquanto alguns países colecionaram pódios, outros tiveram seus primeiros medalhistas. Foram os casos de Ilhas Fiji, no rúgbi de sete masculino; Vietnã, com o atirador Xuan Vinh Hoang; Kosovo; com a judoca Majlinda Kelmendi; e Jordânia, com Ahmad Abughaush, do taekwondo. Coincidentemente, todos esses foram campeões olímpicos.

O primeiro ouro de suas histórias também foi obtido por Porto Rico, com a tenista Monica Puig, e Tadjiquistão, com Dilshod Nazarov, do lançamento de martelo.

Em meio a choros e sorrisos, tristezas e alegrias, frustrações e conquistas, alguns atletas preferiram não participar da festa temendo o vírus da zika, entre eles os então quatro primeiros colocados do ranking mundial de golfe e tenistas de destaque, como os irmãos Bob e Mike Bryan, o canadense Milos Raonic, e o tcheco Tomas Berdych e a romena Simona Halep. Contudo, não houve uma infecção sequer durante a realização dos Jogos.