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Governo peruano autoriza extradição aos EUA de ex-presidente da FPF

24/11/2016 13h43

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Lima, 24 nov (EFE).- O governo do Peru autorizou a extradição aos Estados Unidos do ex-presidente da Federação Peruana de Futebol (FPF), Manuel Burga, para ser julgado por ligação com o crime organizado, no marco do escândalo de corrupção da Fifa.

Segundo um decreto oficial publicado no jornal "El Peruano", o governo do presidente Pedro Pablo Kuczynski deferiu a solicitação de extradição pedida por um tribunal dos EUA, que ocorrerá quando as autoridades americanas cumprirem os requisitos legais e os trâmites estabelecidos pela legislação peruana.

A decisão foi tomada após a Sala Penal Permanente da Corte Suprema de Justiça (CSJ) do Peru declarar, em junho, fundada a solicitação apresentada pelos Estados Unidos para extraditar Burga.

Os juízes declararam procedente a extradição pela suposta associação com o crime organizado e conspiração, tipificado na legislação peruana como formação de quadrilha.

Os mesmos magistrados desprezaram outras duas acusações impostas pela Justiça americana, pelos crimes de fraude eletrônica, por não encontrar um similar nas leis peruanas, e de lavagem de dinheiro, porque a justiça não enviou a informação que a Sala Penal solicitou em março.

O ex-presidente da FPF foi incluído em dezembro entre os 16 novos altos cargos e ex-dirigentes da Fifa acusados pela procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, de corrupção e de "sequestrar" o futebol para enriquecer durante 24 anos.

A investigação de subornos, que chegariam aos US$ 200 milhões, inclui 92 acusações por crimes que vão desde organização mafiosa e fraude maciça até lavagem de dinheiro, e a pena máxima aos acusados é de 20 anos de prisão.

O peruano está entre os dirigentes sul-americanos acusados de receber subornos da empresa Datisa no processo de concessão dos direitos de televisão da Copa América para as edições de 2015, 2016, 2019 e 2023.

Manuel Burga foi presidente da FPF entre 2002 e 2014, quando decidiu não tentar um quarto mandato consecutivo sob suspeitas de corrupção e acusações de transgredir as normas da Federação, que só contemplavam duas reeleições.

O dirigente exercia o cargo de coordenador geral de projetos de desenvolvimento da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) quando foi preso.