"Se não me visse campeão do mundo, me dedicaria a outra coisa", diz Bauza
Fernando Czyz.
Buenos Aires, 28 out (EFE).- O técnico da Argentina, Edgardo Bauza, reconheceu em entrevista à Agência Efe nesta sexta-feira que, apesar do caminho difícil rumo à Copa do Mundo de 2018, na Rússia, tem confiança e sonha em conseguir o terceiro título para a seleção da Argentina pelos pés do capitão Lionel Messi.
Bauza, ex-técnico do São Paulo, analisou a situação atual da 'Albiceleste', quinta colocada nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa, e também falou sobre os dois próximos jogos de sua equipe. Primeiro contra o Brasil, no próximo dia 10 de novembro, em Belo Horizonte, e, cinco dias depois, contra a Colômbia, em San Juan.
Efe: Como é a experiência de ser técnico da seleção argentina? É realmente diferente que nos vários clubes que dirigiu?
Resposta: É totalmente diferente. No clube, você tem contato com os jogadores todos os dias, pode planejar o trabalho diário, semanal e ter uma conversa permanente solucionando problemas. Na seleção isso não ocorre. O pouco tempo que tenho, preciso aproveitá-lo. Conto com a vantagem de ter jogadores de muita experiência.
Efe: Como está vivendo essa experiência?
R: Estou vivendo com muita intensidade, pela forma como trabalha minha cabeça. Passou o momento de alegria e de euforia. Ter seis partidas em três meses não ajudou na adaptação. Além disso, tivemos que jogar três partidas sem Messi, o que também não era o ideal. Estou tranquilo, mas sabendo da responsabilidade que tenho e tudo o que implica ser o técnico da seleção.
Efe: Quantas vezes sonhou em ser campeão do mundo?
R: Já sonhei com isso antes de aceitar este desafio. Sonhei porque não entendo essa profissão de outra maneira. Cada vez que começo um ano, me imagino campeão, se não teria que me dedicar a outra coisa. Disse isso também a esse grupo. Me vejo assim. Não fujo das dificuldades, e estou consciente que primeiro temos que nos classificar. Esse é o primeiro objetivo.
Efe: Quão importante é recuperar a Lionel Messi para rodada dupla das Eliminatórias contra Brasil e Colômbia?
R: Lionel, só por sua presença, já é muito motivante, porque todos os companheiros sabem que, em qualquer momento, ele pode desequilibrar e que esse desequilíbrio pode terminar em gols ou uma jogada de gols. É um adicional. Também é muito importante o grande problema que ele causa nos rivais.
Efe: Quanto se trabalhou o aspecto humano e de ânimo dos jogadores depois de três partidas sem triunfos?
R: Temos que aproveitar o tempo para nos conhecer, para dar identidade que queremos à equipe. O técnico da seleção é uma pessoa que vive tomando decisões. É preciso tentar não errar.
Efe: Alguns jogadores, depois da derrota com o Paraguai, falaram de um problema psicológico que lhes impede repetir na seleção o que fazem em seus clubes. É preciso trabalhar neste aspecto?
R: É preciso conversar, fazer uma catarse. Estamos fazendo e vamos continuar, porque, como também são argentinos, eles têm que entender primeiro a idiossincrasia do jornalismo argentino e depois das pessoas, que acreditam que ficar em segundo é um fracasso. Essa ideia, que chegar a um Mundial e ficar em segundo é um fracasso, é o primeiro erro. Dizem que um jogador não pode jogar na seleção porque errou um pênalti ou um gol. Se eu me deixasse levar por esse tipo de crítica, estaria mudando os titulares a cada partida.
Efe: As críticas que Messi conseguiu reverter com o tempo podem ser um exemplo para seus companheiros?
R: É preciso aceitar as críticas das pessoas. Essas mesmas pessoas vão nos aplaudir quando dermos a volta olímpica com a Copa do Mundo.
Efe: Seria muito diferente se Messi tivesse mantido a decisão de não mais jogar com a seleção depois da Copa América?
R: Teríamos que tentar armar uma equipe de forma contingencial, sabendo que ficaríamos privado de um jogador capaz de desequilibrar como ele. Mas, por sorte, o tivemos de volta. Não é Messi que vai ganhar sozinho a partida, mas a equipe tem que dar a chance para que ele encontre o lugar e o momento para desequilibrar. Isso é fundamental, e eles sabem disso.
Buenos Aires, 28 out (EFE).- O técnico da Argentina, Edgardo Bauza, reconheceu em entrevista à Agência Efe nesta sexta-feira que, apesar do caminho difícil rumo à Copa do Mundo de 2018, na Rússia, tem confiança e sonha em conseguir o terceiro título para a seleção da Argentina pelos pés do capitão Lionel Messi.
Bauza, ex-técnico do São Paulo, analisou a situação atual da 'Albiceleste', quinta colocada nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa, e também falou sobre os dois próximos jogos de sua equipe. Primeiro contra o Brasil, no próximo dia 10 de novembro, em Belo Horizonte, e, cinco dias depois, contra a Colômbia, em San Juan.
Efe: Como é a experiência de ser técnico da seleção argentina? É realmente diferente que nos vários clubes que dirigiu?
Resposta: É totalmente diferente. No clube, você tem contato com os jogadores todos os dias, pode planejar o trabalho diário, semanal e ter uma conversa permanente solucionando problemas. Na seleção isso não ocorre. O pouco tempo que tenho, preciso aproveitá-lo. Conto com a vantagem de ter jogadores de muita experiência.
Efe: Como está vivendo essa experiência?
R: Estou vivendo com muita intensidade, pela forma como trabalha minha cabeça. Passou o momento de alegria e de euforia. Ter seis partidas em três meses não ajudou na adaptação. Além disso, tivemos que jogar três partidas sem Messi, o que também não era o ideal. Estou tranquilo, mas sabendo da responsabilidade que tenho e tudo o que implica ser o técnico da seleção.
Efe: Quantas vezes sonhou em ser campeão do mundo?
R: Já sonhei com isso antes de aceitar este desafio. Sonhei porque não entendo essa profissão de outra maneira. Cada vez que começo um ano, me imagino campeão, se não teria que me dedicar a outra coisa. Disse isso também a esse grupo. Me vejo assim. Não fujo das dificuldades, e estou consciente que primeiro temos que nos classificar. Esse é o primeiro objetivo.
Efe: Quão importante é recuperar a Lionel Messi para rodada dupla das Eliminatórias contra Brasil e Colômbia?
R: Lionel, só por sua presença, já é muito motivante, porque todos os companheiros sabem que, em qualquer momento, ele pode desequilibrar e que esse desequilíbrio pode terminar em gols ou uma jogada de gols. É um adicional. Também é muito importante o grande problema que ele causa nos rivais.
Efe: Quanto se trabalhou o aspecto humano e de ânimo dos jogadores depois de três partidas sem triunfos?
R: Temos que aproveitar o tempo para nos conhecer, para dar identidade que queremos à equipe. O técnico da seleção é uma pessoa que vive tomando decisões. É preciso tentar não errar.
Efe: Alguns jogadores, depois da derrota com o Paraguai, falaram de um problema psicológico que lhes impede repetir na seleção o que fazem em seus clubes. É preciso trabalhar neste aspecto?
R: É preciso conversar, fazer uma catarse. Estamos fazendo e vamos continuar, porque, como também são argentinos, eles têm que entender primeiro a idiossincrasia do jornalismo argentino e depois das pessoas, que acreditam que ficar em segundo é um fracasso. Essa ideia, que chegar a um Mundial e ficar em segundo é um fracasso, é o primeiro erro. Dizem que um jogador não pode jogar na seleção porque errou um pênalti ou um gol. Se eu me deixasse levar por esse tipo de crítica, estaria mudando os titulares a cada partida.
Efe: As críticas que Messi conseguiu reverter com o tempo podem ser um exemplo para seus companheiros?
R: É preciso aceitar as críticas das pessoas. Essas mesmas pessoas vão nos aplaudir quando dermos a volta olímpica com a Copa do Mundo.
Efe: Seria muito diferente se Messi tivesse mantido a decisão de não mais jogar com a seleção depois da Copa América?
R: Teríamos que tentar armar uma equipe de forma contingencial, sabendo que ficaríamos privado de um jogador capaz de desequilibrar como ele. Mas, por sorte, o tivemos de volta. Não é Messi que vai ganhar sozinho a partida, mas a equipe tem que dar a chance para que ele encontre o lugar e o momento para desequilibrar. Isso é fundamental, e eles sabem disso.
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