Brasil enterra fantasmas, vence Itália e conquista 3º ouro no vôlei masculino
Lucas de Vitta.
Rio de Janeiro, 21 ago (EFE).- O campeão, enfim, voltou: a seleção brasileira masculina de vôlei enterrou de vez os fantasmas das duas últimas finais olímpicas e venceu a Itália neste domingo por 3 sets a 0 - parciais de 25 a 22, 28 a 26 e 26 a 24 - para conquistar o ouro, o terceiro da história, nos Jogos do Rio de Janeiro, diante de uma torcida enlouquecida no Maracanãzinho.
Depois das derrotas para os Estados Unidos em Pequim 2008, por 3 sets a 1, e da incrível virada sofrida para a Rússia e o novo revés por 3 sets a 2, o Brasil teve pela frente em sua quarta decisão olímpica seguida um velho conhecido. O segundo ouro da história do país veio em Atenas 2004, exatamente contra a Itália, por 3 sets a 1, que tinha devolvido o placar na fase de grupos do Rio 2016.
Mas, na grande decisão, a 'Azzurra' não foi capaz de lidar com a pressão criada pela torcida brasileira no Maracanãzinho, que contou com o reforço até do craque Neymar, que ontem comandou a seleção de futebol à inédita conquista do ouro sobre a Alemanha, nos pênaltis.
Uma vitória para fechar com medalha de ouro a histórica participação do Brasil nos Jogos Olímpicos disputados em casa. Com o título dos meninos do vôlei, o país chegou a também inéditos sete ouros, além de seis pratas e seis bronzes, totalizando 19 medalhas no total, outro número nunca antes alcançado.
A 'Azzurra' segue sem ouros, somando agora duas pratas e três bronzes, estes obtidos em 1984, 2000 e 2012. O terceiro lugar no Rio ficou com os Estados Unidos, que na preliminar derrotaram a Rússia por 3 a 2.
O caminho até a medalha foi o mais complicado já vivido pela seleção brasileira até então. Na primeira fase, os donos da casa perderam duas partidas - contra os Estados Unidos e a própria Itália - e jogaram a sobrevivência no torneio contra a França. A vitória por 3 sets a 1 valeu a classificação apenas na quarta posição, o que colocaria oponentes complicados na trajetória do time até a decisão.
Na fase final, porém, a equipe de Bernardinho acordou. Primeiro despachou a Argentina, também por 3 sets a 1. Depois, teve pela frente a Rússia, algoz da final de Londres 2012, mas não se intimidou. Vitória por 3 sets a 0 para ganhar moral para a disputa da medalha dourada. O campeão tinha voltado, para azar dos italianos.
Diferentemente do duelo da primeira fase entre as duas equipes, o Brasil começou o primeiro set nervoso e errando demais, tanto no saque como na recepção. A Itália, por sua vez, só não deslanchou no placar exatamente pelo mesmo motivo, mas conseguia cometer menos equívocos, sem sentir a pressão da torcida.
Os italianos chegaram a abrir 10 a 7, mas os comandados de Bernardinho foram atrás da diferença. O saque começou a entrar, dificultando o ataque adversário. O Brasil entrou no jogo, inflamou a torcida e não deu mais chances para o adversário. O que parecia um set complicado se transformou em vitória fácil por 25 a 22.
A história se repetiu no segundo set. A equipe anfitriã voltou para a quadra desconcentrada e deixou a Itália assumir a liderança do placar (8 a 6) após uma sequência de erros. Mas soube mais uma vez se recuperar e empatar em 9 a 9 após um bloqueio de Wallace. Depois, passou na frente (12 a 11) com um ace de Lipe.
Desta vez, porém, os italianos endureceram na reta final. Queriam, assim como Atenas, deixar o jogo empatado após dois sets. Se o Brasil colocava a bola no chão, a Itália respondia na sequência. A dinâmica se manteve até o placar mostrar 20 a 20, quando Ivan Zaytsev conseguiu um ace em um golpe de vista errado dos brasileiros e colocou os visitantes na frente.
Na sequência, o mesmo Zaytev atacou para fora e pediu toque no bloqueio, desafiando a decisão da arbitragem, que recusou alterar a marcação da jogada. A polêmica desconcentrou os italianos. Wallace virou duas bolas explorando o bloqueio, colocou os brasileiros na frente do placar (23 a 22). O público veio junto, mas os donos da casa vacilaram e desperdiçaram dois set points. O último deles foi perdido depois de um erro grosseiro de Lipe.
Lucarelli, pouco acionado até porque ainda não atuava com suas melhores condições físicas, acabou parado no bloqueio italiano, o que colocou os adversários dos brasileiros na frente (25 a 24). O Brasil, porém, foi mais uma vez atrás da virada. Empatou em 26 a 26 após um erro de saque de Zaytev. Passou na frente com um bloqueio certeiro de Wallace e fechou o set em 28 a 26 após erro de recepção dos oponentes, para delírio da torcida no Maracanãzinho.
Era para enterrar todos os fantasmas de vez. Entre eles o de sofrer a virada para a Rússia após abrir 2 sets a 0 na decisão de quatro anos atrás na capital britânica, algo que nunca tinha ocorrido em uma história de final olímpica.
Desta vez, o Brasil começou o set na frente da Itália, que, porém, seguia fazendo jogo duro. Em um set marcado pelo equilíbrio, os italianos conseguiram assumir a liderança do placar já perto do fim, abrindo dois pontos de vantagem (17 a 15). Wallace apareceu mais uma vez, botou a bola no chão. Os italianos pediram toque na rede, desafiaram a decisão da arbitragem e mais uma vez tiveram o pedido recusado. Na sequência, indignados com a negativa, erraram na recepção, cederam o empate em 18 a 18.
O set seguiu ponto a ponto. Dono do jogo com 20 pontos, Wallace virava todas as bolas. O Brasil chegou a abrir 24 a 23, teve o game point, mas a Itália foi mais uma vez buscar a igualdade. Lucão recolocou os donos da casa na frente. Depois do saque, o bloqueio triplo surgiu na frente de Zaytev. Lipe colocou a bola no chão e deu a vitória ao Brasil por 26 a 24.
Rio de Janeiro, 21 ago (EFE).- O campeão, enfim, voltou: a seleção brasileira masculina de vôlei enterrou de vez os fantasmas das duas últimas finais olímpicas e venceu a Itália neste domingo por 3 sets a 0 - parciais de 25 a 22, 28 a 26 e 26 a 24 - para conquistar o ouro, o terceiro da história, nos Jogos do Rio de Janeiro, diante de uma torcida enlouquecida no Maracanãzinho.
Depois das derrotas para os Estados Unidos em Pequim 2008, por 3 sets a 1, e da incrível virada sofrida para a Rússia e o novo revés por 3 sets a 2, o Brasil teve pela frente em sua quarta decisão olímpica seguida um velho conhecido. O segundo ouro da história do país veio em Atenas 2004, exatamente contra a Itália, por 3 sets a 1, que tinha devolvido o placar na fase de grupos do Rio 2016.
Mas, na grande decisão, a 'Azzurra' não foi capaz de lidar com a pressão criada pela torcida brasileira no Maracanãzinho, que contou com o reforço até do craque Neymar, que ontem comandou a seleção de futebol à inédita conquista do ouro sobre a Alemanha, nos pênaltis.
Uma vitória para fechar com medalha de ouro a histórica participação do Brasil nos Jogos Olímpicos disputados em casa. Com o título dos meninos do vôlei, o país chegou a também inéditos sete ouros, além de seis pratas e seis bronzes, totalizando 19 medalhas no total, outro número nunca antes alcançado.
A 'Azzurra' segue sem ouros, somando agora duas pratas e três bronzes, estes obtidos em 1984, 2000 e 2012. O terceiro lugar no Rio ficou com os Estados Unidos, que na preliminar derrotaram a Rússia por 3 a 2.
O caminho até a medalha foi o mais complicado já vivido pela seleção brasileira até então. Na primeira fase, os donos da casa perderam duas partidas - contra os Estados Unidos e a própria Itália - e jogaram a sobrevivência no torneio contra a França. A vitória por 3 sets a 1 valeu a classificação apenas na quarta posição, o que colocaria oponentes complicados na trajetória do time até a decisão.
Na fase final, porém, a equipe de Bernardinho acordou. Primeiro despachou a Argentina, também por 3 sets a 1. Depois, teve pela frente a Rússia, algoz da final de Londres 2012, mas não se intimidou. Vitória por 3 sets a 0 para ganhar moral para a disputa da medalha dourada. O campeão tinha voltado, para azar dos italianos.
Diferentemente do duelo da primeira fase entre as duas equipes, o Brasil começou o primeiro set nervoso e errando demais, tanto no saque como na recepção. A Itália, por sua vez, só não deslanchou no placar exatamente pelo mesmo motivo, mas conseguia cometer menos equívocos, sem sentir a pressão da torcida.
Os italianos chegaram a abrir 10 a 7, mas os comandados de Bernardinho foram atrás da diferença. O saque começou a entrar, dificultando o ataque adversário. O Brasil entrou no jogo, inflamou a torcida e não deu mais chances para o adversário. O que parecia um set complicado se transformou em vitória fácil por 25 a 22.
A história se repetiu no segundo set. A equipe anfitriã voltou para a quadra desconcentrada e deixou a Itália assumir a liderança do placar (8 a 6) após uma sequência de erros. Mas soube mais uma vez se recuperar e empatar em 9 a 9 após um bloqueio de Wallace. Depois, passou na frente (12 a 11) com um ace de Lipe.
Desta vez, porém, os italianos endureceram na reta final. Queriam, assim como Atenas, deixar o jogo empatado após dois sets. Se o Brasil colocava a bola no chão, a Itália respondia na sequência. A dinâmica se manteve até o placar mostrar 20 a 20, quando Ivan Zaytsev conseguiu um ace em um golpe de vista errado dos brasileiros e colocou os visitantes na frente.
Na sequência, o mesmo Zaytev atacou para fora e pediu toque no bloqueio, desafiando a decisão da arbitragem, que recusou alterar a marcação da jogada. A polêmica desconcentrou os italianos. Wallace virou duas bolas explorando o bloqueio, colocou os brasileiros na frente do placar (23 a 22). O público veio junto, mas os donos da casa vacilaram e desperdiçaram dois set points. O último deles foi perdido depois de um erro grosseiro de Lipe.
Lucarelli, pouco acionado até porque ainda não atuava com suas melhores condições físicas, acabou parado no bloqueio italiano, o que colocou os adversários dos brasileiros na frente (25 a 24). O Brasil, porém, foi mais uma vez atrás da virada. Empatou em 26 a 26 após um erro de saque de Zaytev. Passou na frente com um bloqueio certeiro de Wallace e fechou o set em 28 a 26 após erro de recepção dos oponentes, para delírio da torcida no Maracanãzinho.
Era para enterrar todos os fantasmas de vez. Entre eles o de sofrer a virada para a Rússia após abrir 2 sets a 0 na decisão de quatro anos atrás na capital britânica, algo que nunca tinha ocorrido em uma história de final olímpica.
Desta vez, o Brasil começou o set na frente da Itália, que, porém, seguia fazendo jogo duro. Em um set marcado pelo equilíbrio, os italianos conseguiram assumir a liderança do placar já perto do fim, abrindo dois pontos de vantagem (17 a 15). Wallace apareceu mais uma vez, botou a bola no chão. Os italianos pediram toque na rede, desafiaram a decisão da arbitragem e mais uma vez tiveram o pedido recusado. Na sequência, indignados com a negativa, erraram na recepção, cederam o empate em 18 a 18.
O set seguiu ponto a ponto. Dono do jogo com 20 pontos, Wallace virava todas as bolas. O Brasil chegou a abrir 24 a 23, teve o game point, mas a Itália foi mais uma vez buscar a igualdade. Lucão recolocou os donos da casa na frente. Depois do saque, o bloqueio triplo surgiu na frente de Zaytev. Lipe colocou a bola no chão e deu a vitória ao Brasil por 26 a 24.
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