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Itália joga como Itália, se vinga da Espanha e pega Alemanha nas quartas

27/06/2016 15h03

Saint-Denis (França), 27 jun (EFE).- Com o mesmo estilo que a sagrou tetracampeã mundial, firme na defesa e contra-atacando com eficiência, a Itália venceu a Espanha por 2 a 0 nesta segunda-feira, no Stade de France, em Saint-Denis, se vingou da derrota na última decisão da Eurocopa e avançou para as quartas de final, fase na qual vai enfrentar a Alemanha.

Surpreendentemente, a 'Azzurra' atacou mais no começo da partida, mas assim que marcou o primeiro gol, com Chiellini, no meio do primeiro tempo, recuou e deu uma aula de defensividade. A vencedora das duas últimas edições da Euro até passou a controlar as ações, com 58% de posse de bola e 13 finalizações, mas levou o segundo gol no finzinho, de Pellé, e viu o sonho da quarta taça europeia - também triunfou em 1964 - ser adiado.

Goleada pelos espanhóis por 4 a 0 na última final, a campeã continental de 1968 teve sua vingança e agora reencontrará a Alemanha, pela qual passou nas semifinais em 2012 e que neste domingo bateu a Eslováquia por 3 a 0. O classico, que reúne oito títulos de Copa do Mundo em campo, acontecerá no próximo sábado, em Bordeaux.

A equipe dirigida por Antonio Conte voltou a contar com seus dois brasileiros: o atacante Éder, que foi titular, e o volante Thiago Motta, que entrou no decorrer do confronto, recebeu o segundo amarelo e terá de cumprir suspensão.

Motta foi advertido devido a um tapa no rosto de Busquets, num "déjà-vu" das semifinais da Liga dos Campeões de 2010. Na ocasião, o espanhol, defendendo o Barcelona, simulou ter sido atingido pelo paulista, que também viu o cartão e ficou fora da decisão, na qual a Inter de Milão foi campeã.

A Espanha foi para o jogo sem qualquer problema de lesão ou suspensão, e o técnico Vicente del Bosque pôde repetir a equipe titular mais uma vez. Na Itália, o desfalque foi o ala-direito Candreva, com problema no músculo adutor da coxa direita.

Quem esperava um começo de partida equilibrado ou mesmo, pelas características das equipes, a atual bicampeã mais presente no ataque, se enganou redondamente. A 'Azzurra' começou em cima e teve duas chances claras com dez minutos.

Aos oito, Giaccherini cobrou falta, Pellé escorou de cabeça e De Gea fez grande defesa. Na sequência, aos dez, o próprio Giaccherini emendou de voleio e acertou a trave depois de desvio do goleiro, mas a arbitragem assinalou impedimento.

'La Roja' ficava um pouco mais com a bola, mas errava bastante e não conseguia incomodar. Aos 20 minutos, Fàbregas abriu para Alba, que cruzou buscando Morata, mas exagerou na força e mandou diretamente para fora. A resposta veio em mais uma jogada pelo lado de campo, com levantamento de De Sciglio. Parolo cabeceou tirando tinta da trave.

Escolhido em detrimento de Darmian, De Sciglio demonstrou ter sido boa opção. Aos 28, o jogador do Milan cruzou e Sergio Ramos quase marcou contra, madando em escanteio.

O próprio Sergio Ramos protagonizou o lance que originou o gol que colocou a Itália em vantagem, cometendo falta em Pellé a um passo da área. Éder bateu com força, De Gea soltou e, após briga na área, Chiellini completou de canela para a rede.

Com a vantagem no placar, a Itália passou a jogar como gosta, no contra-ataque. Aos 44, Pellé puxou a saída rápida e abriu para Giaccherini, que encarou a marcação, invadiu a área e bateu firme para boa defesa de De Gea.

A Espanha voltou do intarvalo mais presente no campo de ataque, mas faltava ser mais efetiva. Aos quatro minutos, Morata aproveitou cruzamento e cabeceou para defesa de Buffon. Aos sete, a bola foi de pé em pé até David Silva, que, da meia-lua, poderia ter chutado, mas preferiu dar mais um passe e desperdiçou a oportunidade.

Se os espanhóis criavam no toque de bola, os italianos se mantinham contra-atacando. Aos nove, Éder acelerou pelo meio, entrou na área e teve tudo para ampliar, mas chutou em cima do goleiro, que fechou bem o ângulo.

Éder voltou a aparecer aos 16 minutos, agora lançando De Sciglio na esquerda. O ala cruzou por baixo, De Gea falhou e largou, mas foi salvo pelos defensores, que afastaram.

Enfim a campeã mundial de 2010 conseguiu finalizar com perigo aos 24 minutos. David Silva tocou da esquerda, Iniesta fez o corta-luz e Aduriz pegou firme rente à trave direita. Dois minutos depois, Silva bateu escanteio e Sergio Ramos cabeceou por cima.

As duas principais estrelas do jogo se destacaram em um mesmo lance aos 30 minutos. Vázquez, que entrou em lugar de Morata, levantou, Iniesta emendou de primeira e Buffon espalmou para escanteio. Logo em seguida, aos 31, Piqué pegou de longe da esquerda, e o camisa 1 salvou mais uma vez.

Os instantes finais foram dignos de um clássico do futebol mundial, fazendo valer o clichê "tudo pode acontecer". Aos 44, Silva fez o chuveirinho, Piqué cabeceou e Buffon mais uma vez salvou a Itália.

Se a Espanha não fez, a Itália, sim, marcou o segundo, aos 45, e garantiu a classificação. Em mais um contragolpe, Darmian recebeu na direita e cruzou para o meio até Pellé, que, depois de desvio da zaga, acertou de canela para estufar a rede e confirmar a vitória da 'Azzurra'.



Ficha técnica:.

Itália: Buffon; Barzagli, Bonucci e Chiellini; Florenzi (Darmian), De Rossi (Thiago Motta), Parolo, Giaccherini e De Sciglio; Éder (Insigne) e Pellé. Técnico: Antonio Conte.

Espanha: De Gea; Juanfran, Piqué, Sergio Ramos e Alba; Busquets, Fàbregas e Iniesta; David Silva, Nolito (Aduriz) (Pedro) e Morata (Vázquez). Técnico: Vicente del Bosque.

Árbitro: Cuneyt Çakir (Turquia), auxiliado pelos compatriotas Bahattin Duran e Tarik Ongun.

Cartões amarelos: De Sciglio, Pellé e Thiago Motta (Itália); Nolito, Alba e Busquets (Espanha).

Gols: Chiellini e Pellé (Itália).

Estádio: Stade de France, em Saint-Denis (França).