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Ex-diretor do Barça prestará depoimento sobre fraude na contratação de Neymar

14/03/2016 19h33

Madri, 14 mar (EFE).- O ex-diretor esportivo do Barcelona Andoni Zubizarreta prestará depoimento nesta terça-feira, na condição de testemunha, na Audiência Nacional Nacional da Espanha, em mais uma etapa do caso que investiga irregularidades na contratação de Neymar pelo clube em 2013.

Além do ex-goleiro espanhol, o juiz José de la Mata interrogará, também como testemunhas, Antonio Rossich, ex-diretor-geral do Barcelona, e Raúl San Llehí, ex-diretor de futebol da equipe catalã.

Ao longo do processo, que investiga uma denúncia do grupo DIS por uma suposta fraude e corrupção entre particulares na venda dos direitos federativos do atacante, já prestaram depoimento, na condição de investigados, o próprio Neymar, os pais do jogador, o presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, e seu antecessor, Sandro Rosell.

Neymar foi contratado junto ao Santos há três anos. Na época, o clube espanhol afirmou que pagou 17,1 milhões de euros, mas uma investigação feita pela Audiência Nacional revelou que o Barcelona, na verdade, teria investido 83 milhões de euros na transferência.

O DIS, que tinha 40% dos direitos federativos de Neymar, afirma que só recebeu a porcentagem relativa aos 17,1 milhões de euros que o Barcelona alegou ter pago pelo brasileiro.

Além do valor declarado oficialmente pelo clube espanhol, o juiz considera que também fizeram parte da negociação outros 7,9 milhões de euros cobrados pelo Santos por um acordo relativo a três jogadores das categorias de base, que não foi concluído, e mais 9 milhões de euros por dois amistosos entre as equipes.

Neymar também teria recebido outros 40 milhões de euros, 10 deles por transferência bancária e em virtude de um contrato fraudulento de "empréstimo" quando assinou em 2011 um pré-acordo de transferência que seria concretizado em 2014 (apesar de ter sido contratado pelo Barcelona um ano antes do previsto).

A Promotoria considera que esses 40 milhões de euros foram recebidos pelo próprio Neymar, sem que o montante fizesse parte do acordo entre os clubes. Por isso, o DIS não poderia receber parte desse valor.

No entanto, o grupo teria o direito de cobrar uma parcela correspondente aos 25 milhões de euros (os 17,1 milhões anunciados oficialmente mais os 7,9 milhões do acordo não concretizado pelos jogadores das categorias de base do Santos). A negociação paralela é considerada pelo promotor José Perals, responsável pelo caso, como uma fraude.