Em entrevista, Donato destaca dez anos de La Coruña: "maravilhosos"
La Coruña, 20 jan (EFE).- O ex-jogador Donato lembrou sua bem-sucedida passagem de dez anos pelo Deportivo La Coruña, na qual participou da era de ouro do clube pelo qual viria a se aposentar, em entrevista concedida ao site da liga que organiza as duas principais divisões do Campeonato Espanhol.
Revelado pelo América e três vezes campeão carioca pelo Vasco nos anos 80, Donato chegou à Espanha em 1988 para atuar pelo Atlético de Madrid e citou na entrevista como ocorreu sua transferência para a equipe 'colchonera', na qual ficaria até 1993.
"Em 1988, jogamos (Vasco) vários torneios em Portugal e Espanha. O último foi em Cádiz, e depois tínhamos que voltar para casa. Tinha preparado minha mala para embarcar para o Brasil, e de repente me ligaram e disseram que o Atlético tinha me chamado. Foi uma grata surpresa. Meu sonho era vir para a Europa, e quando o 'Atleti' me contratou, não acreditei", contou.
Cinco anos depois, Donato foi para o La Coruña e se tornou um dos pilares do chamado 'Superdepor', como ficou conhecido o time no início dos anos 90. Mas aquela geração, que poderia ter sido a primeira a dar um título nacional da elite à força emergente do futebol espanhol, perdeu a oportunidade de forma cruel.
O time entrou na última rodada da temporada 1993-1994 do Campeonato Espanhol na liderança, com um ponto a mais que o Barcelona de Romário (artilheiro daquela edição, com 30 gols) e Stoichkov em uma época em que a vitória valia dois pontos. A equipe catalã ganhou sua partida no fatídico dia 14 de maio e ficou esperando a definição do duelo entre La Coruña e Valencia, no estádio Riazor, que tinha tudo para ser palco de uma grande festa galega.
Sétimo colocado na tabela e sem chances de conquistar vaga em uma competição continental, o Valencia fez jogo duríssimo fora de casa - a equipe estava motivada por uma "mala branca", conforme admitiu pelo zagueiro Fernando Giner - e segurava o 0 a 0, que dava o título ao Barça pelos critérios de desempate.
Nos últimos minutos da partida, o La Coruña teve um pênalti a seu favor. Donato, então o cobrador principal, tinha sido substituído. E Bebeto, principal astro do time, recusou-se a executar a cobrança. A missão ficou com o zagueiro Miroslav Djukic, que chutou para defesa do goleiro José Luis González. E o Barcelona levantou o troféu de campeão.
"O pênalti foi no minuto 43 ou 44. Eu não estava no campo, e Djukic teve que cobrar. As pessoas perguntam por que Bebeto não cobrou. Eu também pergunto por que (o meia e um dos principais destaques do time) Fran não bateu. Eu, Fran e Djukic éramos os três que cobrávamos. Bebeto ficou marcado por não ter tido coragem de cobrar, Djukic por ter errado e Donato porque, se tivesse batido, teríamos ganhado o título. Ninguém sabe", afirmou.
O ex-meia e zagueiro tirou a espinha da garganta com o título da Copa do Rei de 1995 e o da Supercopa Espanhola do mesmo ano (voltaria a ganhá-la em 2000 e 2002). Em 1999-2000, enfim veio a sonhada conquista do Campeonato Espanhol. Dois anos depois, ele ganhou a Copa do Rei pela segunda vez com a camisa do time (também foi campeão do torneio em 1991 e 1992 pelo Atlético de Madrid).
"Os anos que passei no Deportivo foram maravilhosos e vão ficar marcados para toda a vida. Ganhamos os títulos comigo, Mauro Silva, Fran e outros companheiros, mas todos os títulos só nós três", ressaltou "El Abuelo" ("O Avô"), apelido que ganhou na Espanha por sua longa carreira - pendurou a chuteira com 40 anos, em 2003.
Durante sua passagem pelo La Coruña, Donato, natural do bairro de Guadalupe, no Rio de Janeiro, conseguiu a cidadania espanhola em 1994 e defendeu a seleção da Espanha na Eurocopa de 1996.
Falando em terceira pessoa, Donato lembrou com tristeza de sua saída do clube, que culminou com sua aposentadoria dos gramados.
"É uma lembrança muito triste. Fazia muitos anos que parecia que não havia interesse que Donato continuasse. Nos últimos anos renovei pelo apoio da torcida, pelo trabalho no campo, quase era obrigado que o clube renovasse meu contrato", afirmou.
"Minha saída foi assim: Estava treinando para vir para a pré-temporada e recebi uma ligação da secretária, que a passou a (o então presidente do clube, Augusto César) Lendoiro, que me disse que não contava comigo. Foi difícil de assimilar. Fiquei nocauteado, perdido, sem saber que decisão tomar", relatou.
Com Lendoiro fora do La Coruña há dois anos, o novo Conselho de Administração também não contou com ele para um cargo de direção ou em alguma comissão técnica, seja da equipe profissional ou das de base.
"Com a mudança de presidente, achava que teria uma oportunidade, mas falaram coisas que não cumpriram. Cansei de esperar. Estou há 12 anos esperando uma ligação do Deportivo para trabalhar com eles e não foi possível", lamentou.
O último trabalho de Donato no futebol foi uma curta experiência como técnico do Viveiro, equipe que disputa uma das ligas regionais da quinta divisão espanhola, mas durou poucas semanas no cargo nesta temporada.
Revelado pelo América e três vezes campeão carioca pelo Vasco nos anos 80, Donato chegou à Espanha em 1988 para atuar pelo Atlético de Madrid e citou na entrevista como ocorreu sua transferência para a equipe 'colchonera', na qual ficaria até 1993.
"Em 1988, jogamos (Vasco) vários torneios em Portugal e Espanha. O último foi em Cádiz, e depois tínhamos que voltar para casa. Tinha preparado minha mala para embarcar para o Brasil, e de repente me ligaram e disseram que o Atlético tinha me chamado. Foi uma grata surpresa. Meu sonho era vir para a Europa, e quando o 'Atleti' me contratou, não acreditei", contou.
Cinco anos depois, Donato foi para o La Coruña e se tornou um dos pilares do chamado 'Superdepor', como ficou conhecido o time no início dos anos 90. Mas aquela geração, que poderia ter sido a primeira a dar um título nacional da elite à força emergente do futebol espanhol, perdeu a oportunidade de forma cruel.
O time entrou na última rodada da temporada 1993-1994 do Campeonato Espanhol na liderança, com um ponto a mais que o Barcelona de Romário (artilheiro daquela edição, com 30 gols) e Stoichkov em uma época em que a vitória valia dois pontos. A equipe catalã ganhou sua partida no fatídico dia 14 de maio e ficou esperando a definição do duelo entre La Coruña e Valencia, no estádio Riazor, que tinha tudo para ser palco de uma grande festa galega.
Sétimo colocado na tabela e sem chances de conquistar vaga em uma competição continental, o Valencia fez jogo duríssimo fora de casa - a equipe estava motivada por uma "mala branca", conforme admitiu pelo zagueiro Fernando Giner - e segurava o 0 a 0, que dava o título ao Barça pelos critérios de desempate.
Nos últimos minutos da partida, o La Coruña teve um pênalti a seu favor. Donato, então o cobrador principal, tinha sido substituído. E Bebeto, principal astro do time, recusou-se a executar a cobrança. A missão ficou com o zagueiro Miroslav Djukic, que chutou para defesa do goleiro José Luis González. E o Barcelona levantou o troféu de campeão.
"O pênalti foi no minuto 43 ou 44. Eu não estava no campo, e Djukic teve que cobrar. As pessoas perguntam por que Bebeto não cobrou. Eu também pergunto por que (o meia e um dos principais destaques do time) Fran não bateu. Eu, Fran e Djukic éramos os três que cobrávamos. Bebeto ficou marcado por não ter tido coragem de cobrar, Djukic por ter errado e Donato porque, se tivesse batido, teríamos ganhado o título. Ninguém sabe", afirmou.
O ex-meia e zagueiro tirou a espinha da garganta com o título da Copa do Rei de 1995 e o da Supercopa Espanhola do mesmo ano (voltaria a ganhá-la em 2000 e 2002). Em 1999-2000, enfim veio a sonhada conquista do Campeonato Espanhol. Dois anos depois, ele ganhou a Copa do Rei pela segunda vez com a camisa do time (também foi campeão do torneio em 1991 e 1992 pelo Atlético de Madrid).
"Os anos que passei no Deportivo foram maravilhosos e vão ficar marcados para toda a vida. Ganhamos os títulos comigo, Mauro Silva, Fran e outros companheiros, mas todos os títulos só nós três", ressaltou "El Abuelo" ("O Avô"), apelido que ganhou na Espanha por sua longa carreira - pendurou a chuteira com 40 anos, em 2003.
Durante sua passagem pelo La Coruña, Donato, natural do bairro de Guadalupe, no Rio de Janeiro, conseguiu a cidadania espanhola em 1994 e defendeu a seleção da Espanha na Eurocopa de 1996.
Falando em terceira pessoa, Donato lembrou com tristeza de sua saída do clube, que culminou com sua aposentadoria dos gramados.
"É uma lembrança muito triste. Fazia muitos anos que parecia que não havia interesse que Donato continuasse. Nos últimos anos renovei pelo apoio da torcida, pelo trabalho no campo, quase era obrigado que o clube renovasse meu contrato", afirmou.
"Minha saída foi assim: Estava treinando para vir para a pré-temporada e recebi uma ligação da secretária, que a passou a (o então presidente do clube, Augusto César) Lendoiro, que me disse que não contava comigo. Foi difícil de assimilar. Fiquei nocauteado, perdido, sem saber que decisão tomar", relatou.
Com Lendoiro fora do La Coruña há dois anos, o novo Conselho de Administração também não contou com ele para um cargo de direção ou em alguma comissão técnica, seja da equipe profissional ou das de base.
"Com a mudança de presidente, achava que teria uma oportunidade, mas falaram coisas que não cumpriram. Cansei de esperar. Estou há 12 anos esperando uma ligação do Deportivo para trabalhar com eles e não foi possível", lamentou.
O último trabalho de Donato no futebol foi uma curta experiência como técnico do Viveiro, equipe que disputa uma das ligas regionais da quinta divisão espanhola, mas durou poucas semanas no cargo nesta temporada.
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