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02/07/2010 - 16h21

'Era Dunga' no comando da seleção termina como começou

Port Elizabeth (África do Sul), 2 jul (EFE).- A passagem de Dunga pelo comando da seleção brasileira, que teve início logo após a eliminação na Copa do Mundo de 2006, vai chegando ao fim de forma similar ao seu começo.

Há quatro anos, na Alemanha, a França venceu o Brasil por 1 a 0 nas quartas de final. Hoje, na mesma fase, mas no Mundial da África do Sul, a seleção perdeu por 2 a 1 para a Holanda.

Em 2006, a eliminação fez com que Carlos Alberto Parreira desse lugar a Dunga pouco depois da Copa. Desta vez, logo após a partida contra a Holanda, o capitão da conquista do tetracampeonato mundial em 1994 confirmou que deixará o comando da seleção em breve.

"Todos sabiam que eu ficaria quatro anos", disse o treinador, que assumiu o cargo após o Mundial de 2006 e, nesse período, conquistou a Copa América e a Copa das Confederações, além de ter terminado as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2010 em primeiro lugar.

Abatido pela eliminação e por uma gripe, Dunga admitiu que o nervosismo tomou conta da seleção no segundo tempo, principalmente após o gol contra do meia Felipe Melo, que abriu o caminho para a virada adversária.

"Ninguém prepara um time para perder. Motivei os jogadores para ganhar, mas o nervosismo veio porque o jogo estava muito duro", afirmou o treinador em entrevista coletiva ainda no estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, palco da eliminação brasileira.

Dunga evitou condenar Felipe Melo pela expulsão, mas reconheceu que a seleção sofreu grande prejuízo no segundo tempo por jogar com um homem a menos.

"Jogar na Copa do Mundo com dez dificulta mais quando o outro time tem jogadores de qualidade. Comentamos no vestiário que o juiz estava pressionado. Michel (Bastos) nem cometeu falta e recebeu cartão amarelo. Só quem estava em campo sabe como é", disse o treinador.

Segundo Dunga, a eliminação do Mundial "é responsabilidade de todos".

"Aqui, quando ganhamos, ganhamos todos. Se perdemos, a responsabilidade é de todos", enfatizou o técnico, que admitiu que a seleção se perdeu em campo.

"Não conseguimos manter a concentração durante os 90 minutos. A Copa é decidida em detalhes, e não conseguimos nosso maior objetivo, mas tivemos bons resultados em quatro anos. Me sinto orgulhoso de ter comandado esse grupo", afirmou.

Dunga explicou ainda as alterações táticas que fez para tentar reverter a situação após ver o Brasil levar a virada.

"Com um a menos fica difícil. Tentei colocar um jogador de mais velocidade (Nilmar) e aproveitar a velocidade de Robinho e Kaká. Coloquei o Daniel (Alves) para jogar atrás com o Gilberto Silva. Mas um jogador tem dificuldades em entrar no meio do jogo, até pegar a dinâmica da partida é difícil", explicou.

Na semana passada, Dunga afirmou que não tinha decidido ainda o que fazer ao deixar o comando da seleção, mas se mostrou firme, como hoje, na decisão de cumprir seu contrato e abrir espaço para um sucessor.

Dunga enfatizou que, na qualidade de "comandante da seleção brasileira", todas as decisões sobre treinamentos, relação com a imprensa e sistema de jogo foram tomadas sob sua responsabilidade.

Contando com a eliminação de hoje, Dunga esteve à frente da seleção principal em 60 partidas, com seis derrotas, 12 empates e 42 vitórias.

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