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26/06/2010 - 10h15

Entre pérolas do futebol, "a Alemanha sempre vence a Inglaterra"

Alfonso Gil.

Johanesburgo 26 jun (EFE).- "O futebol é um esporte jogado por 11 contra 11 e no qual a Alemanha sempre ganha", disse há 20 anos o jogador inglês Gary Lineker, após uma derrota da seleção da Inglaterra para os alemães na semifinal da Copa do Mundo de 1990, na Itália.

E com imenso pesar, Lineker lembraria que esse esporte sempre vencido pela Alemanha fora criado pelos próprios ingleses. Para ele, de pouco ou nada parece que serviu inventar o futebol.

Naquela partida decisiva de 20 anos atrás, Lineker, um excelente e habilidoso atacante, marcou o gol de empate para os ingleses, que levaria o jogo à prorrogação.

Findo o empate no tempo extra, os britânicos foram fulminados na disputa de pênaltis - Lineker chegou a converter sua cobrança, mas isso não impediria os alemães de chegarem à final.

Aquela partida aconteceu no dia 4 de julho de 1990, no estádio Delle Alpi, em Turim. Foi um encontro de forças iguais, equilibrado, dramático e muito disputado pelas duas equipes.

Neste domingo, as duas seleções se enfrentarão mais uma vez na história, agora pelas oitavas de final da Copa da África do Sul, na cidade de Bloemfontein. E a maldição predita por Lineker volta a rondar os ingleses.

Mas a frase de efeito do jogador não é a que se pode extrair daquele contexto. Em 1990, a Inglaterra tinha realizado uma péssima fase de grupos com empates contra a Holanda e a Irlanda, mas alcançou a classificação graças a um exíguo triunfo por 1 a 0 contra o Egito.

Brian Grandville, jornalista inglês adorador de pérolas do futebol e que em 1990 já era veterano na cobertura da seleção de seu país nas Copas, comentaria com pessimismo o assunto. "É certo que os ingleses inventamos o futebol, mas a realidade é que, 100 anos depois, qualquer um joga melhor que nós".

Glandville sempre se mostrou muito crítico com o futebol inglês em geral, mas também com outras entidades do esporte, como a Fifa e seus dirigentes. Escreveu um livro sobre a história das Copas e buscou assiduamente publicar frases de interesse em seu texto.

No mundo do futebol, em que milhares produzem declarações diariamente, repletas de lugares-comuns como "futebol é assim mesmo" ou "é preciso pensar no próximo jogo", é um lucro quando algum jogador ou dirigente comenta alguma ideia realmente interessante.

Nessa linha, pode-se lembrar a frase muitas vezes repetida que compara rúgbi e futebol. O primeiro é "um esporte de vilões praticado por cavalheiros" e o segundo não passa de "um esporte de cavalheiros praticado por vilões", afirmam os críticos ao futebol e amantes do rúgbi.

A lista de frases com substância é longa. Quando um presidente comunicou a um jogador que não contava com ele para a temporada, o jogador, sem perder a moral e com todo o entusiasmo do mundo, respondeu sem vacilar com uma pergunta: "De acordo, e daí?".

Certa vez, um meio-campista, que terminou um jogo de 90 minutos sem parar de correr, foi perguntado quantos pulmões tinha. "Um, como todo mundo", foi sua resposta.

Outro jogador perdeu a memória ao se chocar e cair no chão. Não lembrava quem era, foi o que disse o médico ao técnico. "Diga-lhe que é Pelé, que se levante e que marque três gols", respondeu o treinador.

Tudo isso sem esquecer uma das grandes frases do futebol, a do cobertor curto, do técnico brasileiro Elba de Pádua Lima, conhecido como 'Tim', sobre o equilíbrio entre ataque e defesa. "O futebol é um cobertor curto. O futebol é como um cobertor curto - se você cobre a cabeça, descobre os pés".

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