Torcedor que levou cabeça de porco a clássico se apresenta à delegacia: 'Provocação sadia'

Depois de se apresentar na 6ª Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) nesta quarta-feira, Rafael Modilhane, torcedor do Corinthians que levou uma cabeça de porco para o clássico com o Palmeiras, em jogo válido pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, afirmou se tratar de uma "provocação sadia". Ele ainda disse que a proporção que o caso tomou mostra que "estão acabando com o futebol". Modilhane prestou depoimento e foi liberado em seguida.

"A provocação é sadia, não peguei barra de ferro para agredir ninguém, não dei soco. O futebol raiz tem de viver, nos anos 1990, todo mundo ia para o jogo junto, brincava com o outro. Hoje chegou em uma proporção que estão acabando com o futebol", falou Modilhane.

Ele explicou que a ideia surgiu a partir de uma conversa com um grupo de amigos. Eles achavam que a brincadeira de que o "Palmeiras não tem Mundial" já tinha sido muito usada e queriam inovar na provocação. A ideia inicial não era levar o item para a arquibancada. "No primeiro momento, eu levei a cabeça de porco para tirar uma foto no estacionamento, mais nada, por causa de uma brincadeira. Só quis fazer isso. Não quis confrontar alguém", justificou.

O torcedor ainda disse que não foi ele quem arremessou a cabeça pro estádio. "Eu joguei para o setor sul. Não tinha nada combinado com ninguém. Eu não sabia que ia repercutir. Eu compraria de novo a cabeça de porco, tirava foto, mas o ato de ter arremessado para acontecer tudo o que aconteceu, não (repetiria)", completou.

RELEMBRE O CASO

Aos 28 minutos do primeiro tempo do clássico entre Corinthians e Palmeiras, torcedores corintianos atiraram uma cabeça de porco no momento em que Raphael Veiga ia cobrar um escanteio. A parte do animal ficou perto da linha de fundo e precisou ser retirada por Yuri Alberto, que afastou com o pé. No momento em que isso aconteceu, o jogo estava empatado sem gols.

IDENTIFICADOS NO ESTÁDIO

Dois torcedores foram identificados por câmeras de segurança da arena corintiana e conduzidos ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) no estádio. Eles prestaram depoimento e foram liberados duas horas depois da partida. Eles assinaram um Termo Circunstanciado (TC) e negaram envolvimento no caso. Segundo o delegado César Saad, titular da delegacia de Repressão aos Delitos Esporte (Drade), o Ministério Público de São Paulo vai pedir o banimento do estádio de todos envolvidos no episódio.

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