Copas, dinheiro e fuga do rebaixamento: Corinthians vive dilema na reta final da temporada
A derrota por 2 a 1 sofrida frente ao Botafogo, no sábado, tirou o Corinthians da euforia proporcionada pela chegada de Memhpis Depay e pela classificação à semifinal da Copa do Brasil para devolvê-lo à realidade da briga contra o rebaixamento no Brasileirão. Essa montanha russa de emoções virou rotina no clube do Parque São Jorge, que vem cambaleando na tentativa de equilibrar as prioridades.
O time alvinegro vive um dilema entra a ânsia pelos títulos da Copa do Brasil e da Sul-Americana - assim como os respectivos prêmios dos torneios - e o desespero para zerar os riscos de ir para a Série B pela segunda vez em sua história. Durante as últimas coletivas de imprensa, o técnico Ramón Díaz vinha batendo na tecla de que o foco da equipe é a briga contra o rebaixamento, mas mudou um pouco o discurso depois da partida contra o Botafogo.
"O que temos, vamos jogar. Agora temos o compromisso muito rápido. Vamos para São Paulo, estamos um dia e depois já temos que viajar para Fortaleza. Todos os compromissos são importantes para este clube. Eu acho que se você perguntar aos dirigentes e aos atletas, temos um grupo para lutar e vamos fazer isso. Vamos lutar por tudo que jogamos, mas eu quero recuperar o espírito que temos", comentou o treinador, insatisfeito com a atuação corintiana.
A prioridade pelo Brasileirão vinha sendo reforçada pela escolha do treinador argentino de levar times alternativos para as Copas, o que parou de acontecer à medida em que o Corinthians foi avançando. No jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil, contra o Juventude, o time foi escalado com força máxima, situação que deve se repetir nesta terça-feira, no duelo com o Fortaleza pelo jogo de ida das quartas da Copa Sul-Americana, no Castelão.
Para um time com dívida de R$ 2,3 bilhões, conforme divulgado pelo clube na semana passada, as premiações dos torneios de mata-mata são de grande peso financeiro, além do valor esportivo.
Quando passou do Juventude na quarta-feira passada e avançou à semifinal, o Corinthians garantiu R$ 9,4 milhões. Se passar pelo Flamengo, adversário da semi, garante pelo menos mais R$ 31,5 milhões, prêmio destinado ao vice-campeão do torneio. O grande vencedor leva R$ 73,5 milhões, um pouco mais do que os R$ 70 milhões que o atacante holandês vai custar até o fim de seu contrato, em julho de 2026.
Na Sul-Americana, vencer o Fortaleza no agregado das partidas desta e da próxima terça-feira representa um ganho de US$ 800 mil (R$ 4 milhões) em premiação para o clube paulista. Já o vice-campeonato vale US$ 6 milhões (R$ 30 milhões), e o título US$ 2 milhões (R$ 10 milhões).
Em 18º lugar do Brasileirão, com 25 pontos, o Corinthians não pode se dar ao luxo de priorizar as Copas e suas premiações milionárias. Enquanto disputa os mata-matas, tem de lidar com o peso do calendário do campeonato de pontos corridos, cheio de confrontos difíceis.
Entre o jogo de volta com o Fortaleza, dia 24 de setembro, e o primeiro jogo da semi da Copa do Brasil contra o Flamengo, previsto para a semana do dia 2 de outubro, a equipe de Ramón Díaz duela com o São Paulo em clássico no Mané Garrincha, em Brasília, em 29 de setembro.
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