A aposentadoria de Jon Jones, anunciada oficialmente por Dana White após o UFC Baku no último sábado (21), marcou o fim de uma das trajetórias mais vitoriosas da história do MMA. No entanto, o encerramento da carreira do norte-americano não passou sem polêmica. Entre os nomes que reagiram com críticas, o brasileiro Renato 'Moicano' foi um dos mais contundentes.
Em vídeo publicado em seu canal no 'Youtube', Moicano, que retorna ao octógono no UFC 317 contra Beneil Dariush, não poupou palavras ao comentar a decisão. Para o peso-leve (70 kg), o ex-campeão das divisões meio-pesado (93 kg) e peso-pesado manchou a própria trajetória ao evitar duelos com nomes emergentes da categoria, como o britânico Tom Aspinall.
"É uma vergonha o que o Jon Jones fez no final da carreira dele. Eu não pensava que ele poderia jogar a carreira na lama, mas jogou. Simplesmente a última vitória dele tem dois anos (ainda vai completar um ano), para um cara que, literalmente, era bombeiro e estava aposentado. Eu nem lembro quantos anos tinha o Miocic", disparou o carioca.
O brasileiro continuou criticando a forma como o ex-campeão conduziu os últimos passos de sua trajetória no esporte. Destacou o que considera uma sequência de escolhas convenientes para preservar sua invencibilidade e montar um legado.
"Na minha visão, ele jogou o legado fora. Foi um monstro na categoria até 93kg, mas quando subiu, escolheu os adversários a dedo. Esperou o Francis Ngannou sair do UFC, depois enfrentou o Ciryl Gane, depois o Stipe Miocic e passou dois anos com o cinturão sem defender. E no fim, simplesmente ligou pro UFC e disse: 'Me aposentei'. Isso, pra mim, mancha sim a carreira dele como o melhor de todos os tempos", completou.
'Queridinho' do chefe?
Segundo Moicano, o veterano teria se beneficiado da saída de Ngannou para conquistar o título entre os pesados enfrentando rivais menos perigosos. Tom Aspinall, que herdou o cinturão linear após a aposentadoria do norte-americano, era apontado como o principal desafiante à unificação - um duelo que, no fim, não aconteceu.
"A gente viu um favorecimento absurdo do UFC com ele. Chegou uma hora que ficou ridículo. Ficou feio para a organização. Deu pra perceber que ele estava fugindo e travando a carreira do Aspinall, que hoje é o principal nome da divisão e atual campeão linear. Não dá pra ser considerado o maior de todos os tempos tendo esse histórico de polêmicas, inclusive com antidoping, e agora se aposentando claramente com medo do Aspinall", afirmou.
Jones encerra sua carreira com números impressionantes: 17 disputas de cinturão (16 vitórias e um no contest), recorde de defesas de título no meio-pesado e o feito de ser o campeão mais jovem da história do UFC. Ainda assim, para Moicano, a maneira como se despediu dos cages coloca em xeque sua posição no debate sobre o maior lutador da história do MMA.
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