Um dos eventos mais aguardados da temporada, o UFC 317 - que está marcado para o dia 28 de junho, durante a 'Semana Internacional da Luta', em Las Vegas (EUA) - terá como uma de suas atrações principais a disputa entre Alexandre Pantoja e Kai Kara-France, pelo cinturão peso-mosca (57 kg). O duelo marca o reencontro dos astros da divisão até 57 kg quase uma década depois do primeiro embate entre eles. E para o brasileiro, atual campeão da categoria, muita coisa mudou desde então - a seu favor.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, Alexandre Pantoja analisou a chance de enfrentar Kai Kara-France em uma revanche no UFC 317 e afirmou que, em sua opinião, seu processo de evolução como lutador foi maior que o do rival desde o confronto vencido por ele no 'The Ultimate Fighter 24' ('TUF 24'). Isso porque, de acordo com o brasileiro, sua chegada na equipe 'American Top Team' o transformou em um novo atleta.
"Nós dois evoluímos bastante. Eu quero acreditar que evoluí mais - tanto que sou o campeão agora. Mas digo por eu ter vindo para a American Top Team, acho que essa evolução é muito nítida em mim. Eu viro um atleta. Eu era um lutador e virei um atleta lutador. Evolução muito boa dos dois. Ele tem um poder de nocaute muito bom, uma defesa de quedas muito boa. Vai ser uma combinação interessante, porque eu gosto de jogar no chão, mas também gosto de trocar", analisou Pantoja.
Vitória na primeira luta
O primeiro duelo entre Pantoja e Kara-France ocorreu em 2016, pelas quartas-de-final do TUF 24. Na ocasião, o brasileiro, que vinha de vitória sobre o mexicano Brandon Moreno, precisou ser bastante estratégico para superar o neozelandês na decisão unânime dos juízes e avançar na competição.
"Eu o venci dez dias depois de vencer o Brandon Moreno. E quando eu lutei com ele, eu estava com um corte no olho. Isso tudo fez com que eu não quisesse entrar no in-fight com ele - sabia que ele pegava bem. E fiquei com medo de cortar de novo e que o sangue fizesse ele vencer a luta. Lembro que eu não tomei quase nenhum soco dele nessa luta. Fui muito estratégico e venci sem tomar um dano maior onde eu já estava machucado", recordou.
Desabafo
O reencontro com Kara-France, por sinal, marca a terceira vez que Pantoja enfrenta um 'velho conhecido' em cinco lutas pelo cinturão peso-mosca do UFC. A repetição de adversários, no entanto, não parece incomodar o lutador brasileiro, que fez questão de exaltar a competitividade entre os tops da categoria, e aproveitou para fazer um desabafo em relação a forma como parte da comunidade do MMA enxerga a divisão até 57 kg.
"Eu vejo que ainda há uma certa discriminação com o peso-mosca. É uma categoria muito competitiva. Eu já ganhei do número 1, que é o (Brandon) Royval, duas vezes, do número 2, que é o ex-campeão (Brandon Moreno), três vezes. Só que esses caras ganham dos outros, isso mostra a competitividade dessa divisão. Você vê um japonês que estava vindo no hype, o Tatsuro (Taira), foi lá e o Royval ganhou dele. O Amir Albazi estava vindo em um hype legal também, ganhando de todo mundo, e o Moreno mostrou que as coisas são diferentes. O (Steve) Erceg veio, fez uma luta boa comigo, achou que estava bem, caiu para o Kai Kara-France e para o Moreno. É uma categoria com uma habilidade muito alta, principalmente o Moreno e o Royval. Você tem o Manel Kape também, que é um cara que dá show na luta. Só que ainda há essa discriminação da categoria - hoje em dia muito melhor do que em tempos atrás", finalizou.
UFC 317
Além da disputa entre Alexandre Pantoja e Kai Kara-France, o UFC 317 contará com outra luta de título envolvendo brasileiro. Na luta principal do show, o ex-campeão peso-leve (70 kg) Charles Do Bronx vai medir forças com Ilia Topuria, em duelo válido pelo cinturão até 70 kg da organização.
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