A lutadora do UFC Polyana Viana encontrou nos animes mais do que uma válvula de escape do cotidiano: viu ali espelhos da própria trajetória. Crescida em meio às dificuldades e hoje dona de um cartel de 13 vitórias no MMA profissional, ela enxerga em personagens como Naruto e Luffy a mesma força de superação que a levou ao maior palco do esporte de combate.
Fã desde a infância, a paraense passou a compartilhar o gosto com o filho, redescobrindo histórias que hoje carrega na pele em forma de tatuagem. Para ela, o universo dos animes tem tudo a ver com a vida de um lutador: jornadas difíceis, subestimadas e movidas por sonhos grandes demais para caber no papel - ou no octógono.
"Acho que é aquela coisa da inspiração, sabe? A gente se inspira. Querendo ou não, a maioria dos lutadores vem de famílias pobres. A gente tem muita dificuldade para chegar aqui onde a gente está. E a maioria dos animes é isso. É contando uma história de inspiração. Naruto, One Piece e Solo Leveling são sobre isso. Dragon Ball é mais porradaria. Um pouquinho fora da curva dos outros animes, de querer mostrar uma inspiração, de 'provar que eu vou conseguir'. Mas o resto dos animes, pelo menos os que eu assisto, a maioria é sobre 'vou chegar lá'", explicou a 'Dama de Ferro' em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight.
Não à toa, Naruto é o anime que mais tem espaço no seu corpo e foi o mais citado durante o papo. O ninja rejeitado pela vila por ter uma besta presa em seu corpo, ridicularizado por não ter família e sem grandes talentos naturais, mas que acredita em si mesmo com uma teimosia quase infantil, encontrou eco na própria trajetória da atleta.
Mais fã de animes
Polyana não é a única. Israel Adesanya, ex-campeão do UFC e um dos nomes mais expressivos da liga já revelou várias vezes seu amor por anime - inclusive com entradas no octógono inspiradas em personagens. Os brasileiros Michel Pereira, Vinícius 'Lockdog', Mairon Santos e Maurício Ruffy são outros nomes do MMA que compartilham essa paixão.
Em ação
Polyana Viana volta ao octógono neste sábado (26), no UFC Kansas City, para enfrentar a também brasileira Jaqueline Amorim em duelo válido pelo peso-palha (52 kg). O combate marca um momento decisivo na trajetória da paraense, que busca recuperação após duas derrotas consecutivas para Gillian Robertson e Iasmin Lucindo.
Com 13 vitórias e sete derrotas no cartel, sendo oito delas por finalização, Polyana é conhecida por seu jiu-jitsu afiado e estilo agressivo. Aos 31 anos, a lutadora da 'Chute Boxe Diego Lima' tenta reencontrar o caminho das vitórias e reafirmar sua presença na divisão. No outro lado, Jaqueline chega embalada por bons resultados, mas para Polyana, a missão é clara: voltar a vencer e mostrar que ainda é uma força no peso-palha do UFC.
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