Narrador do UFC minimiza chance da Globo voltar a transmitir evento no Brasil: "Improvável"

Por mais de uma década, os fãs de MMA brasileiros se habituaram a acompanhar os cards do UFC através do Canal Combate, que pertence ao Grupo Globo. A parceria de longa data, porém, chegou ao fim no início de 2023 com a criação do 'Fight Pass' - serviço de streaming exclusivo da própria entidade. E, com pouco mais de dois anos da nova plataforma de transmissão em vigência no país, a tendência é que o Ultimate não retome o antigo modelo de negócios. Ao menos é isto que indica André Azevedo, narrador oficial da companhia no Brasil.

Em entrevista recente ao canal de cortes do 'Sexto Round', no Youtube, André definiu como "improvável" um eventual novo acerto comercial do UFC junto ao Grupo Globo. Na visão do narrador oficial da empresa no país, o modelo de streaming, instaurado no Brasil via 'UFC Fight Pass', tende a se consolidar cada vez mais, diminuindo, assim, as chances do Ultimate voltar a ter cards transmitidos no sistema de 'PPV', como era feito através do Canal Combate entre 2011 e 2022.

"Voltar para o (canal) Combate eu acho improvável. Não vou falar impossível, porque a gente nunca sabe do futuro, mas o projeto do UFC Fight Pass no Brasil corre junto do projeto do UFC Fight Pass global. Os caras montaram uma baita estrutura e apostaram as fichas. Não foi uma ideia do UFC Brasil, foi uma ideia do Ari Emanuel, que é o dono do 'brinquedo' e o chefe do Dana (White). Ele olha com bons olhos, adora nosso mercado e adora o nosso produto, está muito feliz com o UFC Brasil. Então, dar esse passo atrás eu acho que é improvável, nem no curto, nem no médio e nem no longo prazo. Principalmente no longo prazo, porque a tendência é que o Fight Pass alavanque e cresça cada vez mais", destacou Azevedo.

Futuro do canal ameaçado sem o UFC?

Fundado em 2002 com o intuito de ser um canal do Grupo Globo voltado para transmissões de eventos esportivos de artes marciais, o 'Combate' participou do chamado 'boom' do MMA no Brasil. E, como não poderia deixar de ser, o UFC, maior evento da modalidade no mundo, passou a se tornar o carro-chefe do canal por assinatura. Sem ter os direitos de transmissão da liga presidida por Dana White, o Combate segue com um cronograma que inclui atrações como PFL, ONE e Jungle Fight no MMA - assim como a divulgação de outros esportes, como boxe e jiu-jitsu. Mas para André Azevedo, a saída do Ultimate pode causar consequência à marca, mesmo após dois anos do rompimento entre as partes.

"E eu, sinceramente, não sei qual é o futuro do Combate sem o UFC, como é que vão trabalhar. Tomara que eles sigam firmes, mas não sei como vai ser isso. Mas haver uma interseção de novo entre UFC e Combate eu acho improvável. Existiram ou existem conversas com a Globo de fazer alguma coisa em TV aberta, mas existiram e existem conversas também com Netflix, Amazon Prime Video... São vários players que entram neste negócio. A coisa é muito maior que Fight Pass Brasil, a coisa é global", projetou André.

Quando rompeu com o Grupo Globo no Brasil, o UFC anunciou uma parceria com a Band e colaborações pontuais com o 'Canal GOAT'. Mas tanto o vínculo com o canal de TV aberta como com o canal do Youtube foram encerrados para a temporada de 2025. A partir daí, surgiram rumores de uma eventual volta do Ultimate para o canal Combate, mas sem nada de concreto nas negociações. Desta forma, ao menos por ora, a empresa segue somente com seu canal de streaming exclusivo no país: o UFC Fight Pass.

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