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Em recuperação do COVID-19, treinador brasileiro mantém esperança de ir para 'Ilha da Luta'

Ag. Fight

Ag. Fight

02/07/2020 06h00

Marcos Parrumpinha treina a parte de chão de vários atletas da ATT - Acervo pessoal

Treinador de jiu-jitsu da American Top Team, Marcos 'Parrumpinha' foi diagnosticado com coronavírus e está em quarentena em Las Vegas (EUA) desde a semana passada. O profissional chegou na cidade para ser córner de Luis Peña, que atuou no evento do último sábado (27), mas com o resultado positivo de seu teste, realizado na quinta-feira antes do show, não pôde trabalhar e agora está isolado em um quarto de hotel na cidade. Com a notícia, o brasileiro, que segue respeitando as regras de distanciamento social, contou que imaginava que estivesse infectado com o COVID-19 por sentir alguns sintomas da doença.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o treinador revelou que começou a sentir mal estar na terça-feira (23). No entanto, por estar em meio a alguns camps na ATT e com treinos mais intensos, ele afirmou que esperava que os sinais fossem em decorrência do grande desgaste físico. No entanto, com o passar dos dias, seus sintomas pioraram e lhe restou a frustração por não poder trabalhar no evento.

"Na terça eu treinei muito forte, malhei em casa e depois fui para a ATT treinar forte também. Cheguei meio mal à noite, um pouco quente, com corpo dolorido. Estava tomando antibiótico para outra coisa que tenho e achei que pudesse ter sido minha imunidade que tivesse caído. Na quarta acordei mal, com dor no corpo, mas nunca cheguei a ter febre. Quando cheguei em Vegas, me isolei logo no quarto por via das dúvidas. Foi aí que o pessoal me ligou e disse que tinha testado positivo. Não estranhei porque sabia que poderia estar com isso. A primeira reação é sempre chata, porque ia fazer o córner do Peña e estávamos trabalhando para isso", disse.

"O único sintoma que tenho agora é a garganta arranhando e pouca tosse. Quando acordo é mais chato, mas melhora durante o dia. Não perdi paladar, olfato, não estou com o corpo dolorido. Nunca tive dor de cabeça, nem dor no corpo. Dou uma andada aqui atrás do hotel, pego um sol que faz bem também", completou.

Assim que soube do seu teste positivo, 'Parrumpinha' se preocupou com sua família e os atletas da ATT com quem teve atividades na semana. Porém, a boa notícia logo chegou, com os testes negativos de todos os lutadores com que treinou. Dessa maneira, o treinador adiantou um lado positivo de ter contraído o COVID-19.

"Fiquei preocupado com o (Alexandre) Pantoja, Edson Barboza, Thiago Moisés, que estavam em contato comigo diariamente. Mas todos testaram depois e deram negativo, inclusive minha esposa e meus dois filhos, graças a Deus. Eu não tenho ideia de onde peguei isso, mas tirando essa parte de ficar em quarentena, estou achando até legal, porque pego anticorpos e não fico nessa paranoia toda", afirmou.

Isolado no quarto de hotel, Parrumpinha disse que ainda vai precisar ficar em quarentena por mais uns dias até fazer outro teste para saber se ainda está com o vírus. Caso teste negativo, ele confirmou que vai viajar para Abu Dhabi, para os eventos da 'Ilha da Luta', e ratificou a importância desses shows para seus pupilos. São os casos de Alexandre Pantoja, que está escalado como reserva de Deiveson Figueiredo e pode disputar o cinturão do peso-mosca (57 kg) contra Joseph Benavidez, e Amanda Ribas, que encara Paige VanZant.

"São duas semanas de quarentena a partir do dia 25, que foi quando testei positivo. Aí vão me testar de novo. Se der tudo certo e der negativo, já pego um voo para Abu Dhabi para acompanhar a Amanda Ribas, o Pantoja e o Arman Tsarukyan, o rival do Davi Ramos. Eu tinha três expectativas com essa questão do coronavírus: a primeira era a minha família, de ninguém pegar; a segunda é a minha melhora e a terceira era poder fazer meu trabalho. Ainda mais porque é algo que estávamos fazendo há muito tempo. O Pantoja é o reserva do Deiveson e se acontecer algo ele vai disputar o cinturão e estamos treinando muito para isso. Então a expectativa é enorme. A outra é a Amanda Ribas, minha menina de ouro, começamos juntos e sei que ela precisa de mim lá também. O pai dela vai estar lá, mas sempre ficamos juntos nas lutas dela", concluiu.