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Antônio Arroyo supera troca de profissão e início tardio nas artes marciais para estrear no UFC

Neri Fung, em Niterói (RJ)

Ag. Fight

13/11/2019 11h56

Antônio Arroyo passou pelo 'Contender Series' antes de fechar com o UFC - Diego Ribas

Neste sábado (16), Antônio Arroyo encara André 'Sergipano' Muniz no card principal do UFC São Paulo e finalmente estreia no maior evento de MMA do planeta. Porém, o caminho até realizar seu sonho não foi fácil. Formado em administração, fugindo do estereótipo da maioria dos lutadores brasileiros, o peso-médio (84 kg) abandonou a carreira 'comum' para embarcar no projeto de se tornar um atleta de Mixed Martial Arts já com 22 anos de idade.

Não bastasse a dificuldade do início tardio nas artes marciais, o peso-médio ainda passou por outras dificuldades após desistir da carreira na qual se especializou na faculdade, mas que não lhe trazia felicidade. Apesar de contar com o apoio, até mesmo financeiro, dos familiares, Arroyo revelou, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight,  que precisou arrumar trabalhos complementares durante o período de transição entre a carreira de administrador e o início da trajetória no MMA. No entanto, segundo ele, tudo valeu a pena considerando que está prestes a estrear no UFC.

"O ponto de vista financeiro é o mais complicado. Apesar de sempre ter tido apoio da minha família, meu pai e minha mãe, sempre me ajudaram, nunca precisei pagar conta durante esse período (de mudança de profissão). Mas sempre me virei também, fui barman, fazia passarela como modelo, desfilava, para tirar uma grana extra. Mas apesar das dificuldades, eu sempre quis muito isso", contou o paraense.

Da época de faculdade de administração, Arroyo trouxe o gosto pelo estudo para o MMA. Apaixonado pela modalidade, o peso-médio passa horas de seus dias assistindo a videos, de olho em acrescentar novas técnicas ao seu jogo. E com seu adversário no UFC São Paulo sendo trocado duas vezes, era de se esperar que o paraense admitisse uma certa irritação. Inicialmente escalado para enfrentar Kevin Holland, Antônio teve ainda Alessio Di Chirico como rival por algum tempo, antes da organização acertar André 'Sergipano', que também fará sua estreia na franquia, como rival do próximo sábado. Ainda que tenha precisado modificar a estratégia preparada algumas vezes, Arroyo afirmou que está preparado para o compatriota e, até mesmo, indicou ter algumas surpresas 'na manga' para ele.

"Com certeza (atrapalha) porque mudam as características do adversário. Para cada um deles eu tinha montado uma estratégia. E agora, para o André Muniz, é uma estratégia completamente diferente porque ele é um cara do chão, é um faixa-preta de jiu-jitsu. Mas a preparação já foi feita, de forma eficaz, e isso não vai me atrapalhar. Estou com o gás em dia, já estou treinando há bastante tempo. É só um ajuste que eu tive que fazer, mas bola para frente", lamentou Antônio Arroyo, antes de completar.

"Eu sou do muay thai, kickboxing, gosto da parte de trocação. Também tenho algumas finalizações na minha carreira, sei me virar no chão, mas contra um cara tarimbado como ele, a gente vai procurar mais a luta em pé. Evitar jogar na área de conforto dele e jogar na minha área de conforto. Vi muitas lutas dele, então deu para preparar umas armas, uns truques na manga, para quando ele tentar a aproximação para colar na grade ou tentar ir nas minhas pernas", concluiu.

Além das dificuldades com a troca de profissão e início tardio da trajetória no MMA, Antônio Arroyo ainda precisou de duas tentativas no programa 'Contender Series' para garantir um contrato com o UFC. Em agosto do ano passado, na versão brasileira do show, o paraense derrotou Diego 'Gaúcho' por decisão unânime dos juízes, mas não foi o suficiente para convencer Dana White - presidente da liga. Na segunda tentativa, já na versão americana, em julho deste ano, o peso-médio finalizou Stephen Regman e conquistou o tão sonhado vínculo com a maior entidade de Mixed Martial Arts do planeta.